Apesar dos lucros, Santander pretende demitir milhares de trabalhadores

Nem o estratosférico lucro que o Santander registrou em 2010 sacia a voraz ganância da direção do banco espanhol. Buscando reduzir gastos para aumentar ainda mais os resultados, ela pretende demitir milhares de trabalhadores brasileiros nos próximos dias.

A informação foi passada para o Sindicato por meio de inúmeros e-mails e telefonemas feitos diretamente pelos bancários, uma vez que o banco sequer comunicou a representação dos trabalhadores.

“O Sindicato dos Bancários de São Paulo, sob hipótese alguma, vai aceitar esse absurdo e colocará toda a sua força em defesa desses trabalhadores e de suas famílias, vítimas de uma ganância sem limites”, revolta-se a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

“Nossa categoria é forte, solidária e aguerrida. Faremos manifestações, nos mobilizaremos, levaremos o caso para a Justiça, OCDE, governo federal, faremos uma campanha mundial coordenada pela Uni Sindicato Global e também denunciaremos à imprensa. Ou seja, nossa reação será à altura”, alerta Juvandia.

A OCDE é uma organização internacional para a cooperação e desenvolvimento econômico.

Somente em 2010, o Santander registrou no Brasil a bagatela de R$ 7,4 bilhões de lucro, valor nada menos do que 34% superior ao resultado de 2009. Com esses números, o mercado brasileiro ultrapassou até mesmo o espanhol e se tornou o mais lucrativo do banco no mundo, com 25% do total. A Espanha representa, hoje, 15%.

“Esses números não vêm em um passe de mágica. São resultados de dedicação extrema dos trabalhadores, até mais do que sua saúde permite, e é desumano colocar os funcionários na rua. Foram explorados, muitos adoeceram, e agora são sumariamente demitidos”, acrescenta a presidenta, reforçando novamente o slogan criado pelo Sindicato: “Santander: respeite o Brasil e os brasileiros”.

Integração

A crueldade das demissões vai além dos atingidos diretamente por elas. Atualmente, junto com a sobrecarga causada pela crônica falta de pessoal, os bancários sofrem também com as consequências das barbeiragens cometidas pela direção do banco no processo de integração com o Real.

As mudanças no sistema, mal gerenciadas, causam muito incômodo para os clientes, em especial os que vieram do Real, pelas mais diversas formas. São problemas com senhas, acesso ao site, dentre outros. Os clientes procuram, então, os bancários em busca de uma solução, mas os trabalhadores não foram treinados para um sistema que mudou de uma hora para a outra e, perdidos, são submetidos a um clima infernal não sendo incomuns casos de agressões de clientes a bancários.

“O Sindicado e a categoria estão prontos para uma forte reação. Somos unidos e estruturados para defendermos, de fato, os trabalhadores”, finaliza Juvandia.

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