Representantes do Santander se mostraram intransigentes e se recusaram a negociar as mudanças que o banco implantou unilateralmente nas regras do HolandaPrevi, o plano de previdência complementar dos empregados, prejudicando os funcionários oriundos do Real. Essa posição foi manifestada pelo banco em reunião promovida pela Secretaria de Previdência Complementar (SPC), nesta quarta-feira, dia 29, em Brasília, com a participação de entidades representativas dos bancários.
O encontro foi agendado pela SPC após as entidades sindicais entrarem com recurso administrativo, pedindo a impugnação do registro e a manutenção do plano antigo do HolandaPrevi, no dia 17 de junho. A reunião foi coordenada pelo secretário Ricardo Pena.
Pelos bancários participaram o secretário de imprensa da Contraf-CUT; Ademir Wiederkehr, o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Real, Marcelo Gonçalves, o diretor da Afubesp e da Contraf-CUT, Camilo Fernandes, a diretora do Sindicato dos Bancários de Brasília, Rosane Alaby, e o diretor do Sindicato dos Bancários do ABC, Orlando Puccetti.
Pelo Santander compareceu a superintendente de Benefícios, Maria Cristina Carvalho, representando a diretora de Recursos Humanos, Lílian Guimarães. Também estiveram presentes a representante da Mercer Consultoria, Ana Maria Marin, e a advogada Renata Barbosa.
“Reivindicamos a suspensão das mudanças do HolandaPrevi para os funcionários antigos do Real, que tiveram seus direitos prejudicados. Exigimos a instalação de um grupo de trabalho para a discussão das alterações nas regras, mas os representantes do banco se recusaram de forma intransigente a debater a questão”, explicou Ademir. “Limitam-se a esclarecer apenas que criaram o novo plano com a redistribuição do orçamento antigo para englobar os novos empregados após a incorporação do Real, os chamados sem-prev”, completou Rosane.
“Criar um novo plano para quem não tem é positivo, mas é inconcebível prejudicar quem já tinha plano”, afirmou Camilo. “As mudanças prejudiciais foram implementadas sem qualquer negociação com os bancários”, ressaltou Orlando.
“De positivo na reunião foi o compromisso assumido pelo banco de criar um grupo de trabalho, de composição paritária, para discutir o processo eleitoral do HolandaPrevi, a fim de debater a escolha dos representantes dos participantes nas suas instâncias”, anunciou Marcelo.
Os dirigentes da categoria aguardam as decisões das ações coletivas impetradas na Justiça pelos sindicatos contra as mudanças do HolandaPrevi. Três liminares já foram conquistadas em favor dos empregados no Paraná (Apucarana e Campo Mourão) e no Rio de Janeiro (Sul Fluminense).
O prazo de opção ao novo plano termina nesta sexta-feira, dia 31. Segundo o novo regulamento, quem não aderir terá o plano suspenso, ficando sem novas contribuições. Entretanto, as representantes do Santander esclareceram que, ao contrário de orientações divulgadas pelo banco, quem não optar poderá fazê-lo a qualquer tempo, com as contribuições sendo retomadas no mês seguinte.