Protesto contra dispensas de bancários em pleno fim de ano
O Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região realizou na manhã desta sexta-feira (7) manifestação contra as demissões em massa que atingiram a rede de agências e os centros administrativos do Santander em pleno fim de ano, às vésperas do Natal.
A onda de dispensas foi deflagrada no início desta semana com o desligamento de 9 funcionários somente na base de Piracicaba. Durante toda esta semana foram mais de 1.000 demissões em todo país. Informações extraoficiais são de que o banco pretende demitir cerca de 5.000 trabalhadores.
A luta das entidades sindicais é pela reintegração de todos os funcionários desligados e a manutenção dos empregos. A Contraf-CUT já cobrou uma negociação com o banco, mas até o momento não obteve retorno.
“Queremos uma negociação com o Santander para discutir a suspensão imediata das dispensas e a manutenção dos empregos dos trabalhadores”, salientou o diretor do Sindicato, José Jaime Perin.
Os dispensados possuem mais de 20 anos de banco, muitos às vésperas da aposentadoria, e há até pessoas com deficiência. “Trabalhadores que dedicaram uma vida inteira à instituição não podem ser descartados dessa forma. Além disso, essas dispensas só podem estar ocorrendo para que o banco economize com os funcionários e amplie suas remessas à Espanha”, denuncia.
Em Piracicaba, dos nove demitidos, quatro tinham cargo de coordenadores com 23, 24, 25 e 27,6 anos de banco; dois tinham cargo de gerente geral, com 24 e 32 anos de banco; um tinha o cargo de recuperação de crédito, com 30 anos de banco e um era superintendente, com 40 anos de banco.
Para o movimento sindical, não há motivos para cortar empregos, já que o banco não demite na Espanha onde há crise, nem em outros países da América Latina.
De acordo com o diretor do Sindicato, Marcelo Abrahão, nada justifica essas demissões. Nos nove primeiros meses do ano, o banco lucrou R$ 5,694 bilhões no Brasil.
“Ao invés de promover um Natal de demissões em massa, o Santander deveria fazer contratações, acabar com a rotatividade, melhorar as condições de trabalho e apostar no crescimento do país. Por isso, as entidades sindicais estão exigindo a reintegração dos desligados e a manutenção dos empregos dos trabalhadores”, reforça Marcelo.