Seeb ES: bancários do Itaú e Unibanco lutam pela manutenção de empregos

Na manhã desta quinta-feira, 18, os bancários retardaram em uma hora a abertura das agências do Unibanco e Itaú da Reta da Penha, em Vitória, que abriram às 11 horas. O protesto foi contra a concentração do sistema financeiro e a falta de garantias de manutenção dos empregos e das agências existentes.

Após o anúncio da fusão, Itaú e Unibanco têm adotado uma postura intransigente, recusando a assinatura de um acordo que garanta o emprego de seus trabalhadores, o que também coloca sob suspeita a palavra empenhada por seus presidentes, Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, respectivamente, que garantiram publicamente que não haveria fechamento de agências e demissões.

A paralisação, organizada pelo Sindicato dos Bancários do Espírito Santo (Seeb ES), vem acontecendo essa semana em todo o país e marca a abertura da Campanha em Defesa dos Empregos e Direitos. “Estão acontecendo as negociações nacionais para discutir diversas questões sobre a fusão, mas quando se trata de debater os empregos, os bancos desconsideram seus funcionários e se negam a colocar no papel o que eles vêm prometendo publicamente, que é uma garantia concreta de que não vai haver demissões”, explica Carlos Pereira Araújo (Carlão), presidente do Sindicato dos bancários do Espírito Santo e funcionário do Unibanco.

Durante a manifestação, diversos clientes ficaram aguardando na porta o horário para serem atendidos. Para Rogéria Andrade Costa, pequena empresária e correntista do Itaú há dois anos, a diminuição do quadro de funcionários prejudica tanto os trabalhadores que ficam desempregados, quanto os clientes do banco. “Outro dia fiquei na fila mais de uma hora para ser atendida e o motivo não é porque a funcionária atendia mal, o problema é que ela estava sozinha para atender a todos os clientes”, relata a cliente. E acrescenta: “Por isso, acho que o certo seria manter o número de agências funcionando e contratar mais funcionários. Agora, como garantir isso, diante da ganância dos bancos que só pensam em encher mais o próprio bolso?”, questiona.

As mobilizações que aconteceram por todo o país fazem parte de uma campanha internacional lançada em toda a América Latina pela UNI América Finanças e pelo Comitê de Finanças da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSC) para combater as possíveis demissões que possam ocorrer por conta da crise financeira internacional. O movimento sindical não aceitará que os bancários da América Latina paguem pelas perdas dos bancos no sistema financeiro global. A campanha foi decidida durante a 4ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, realizada na sede da Contraf nos dias 20 e 21 de novembro.

A mobilização começou com os bancários de Itaú e Unibanco, mas atingirá os trabalhadores de todos os bancos, que também têm seus postos de trabalho em risco por conta de outras fusões (como nos casos Santander-Real e Banco do Brasil-Nossa Caixa) ou dos possíveis efeitos da crise financeira internacional.

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