Não bastasse o encerramento de atividades de sete agências no ano passado, o BMB anunciou o fechamento de mais duas unidades na capital fluminense. A Plataforma de Empresas, que reúne as grandes contas de pessoa jurídica, e a agência Sete de Setembro serão incorporadas pela agência Rio de Janeiro ao final do expediente do dia 22. Ao todo, trabalham nas duas unidades 27 funcionários. Todas as contas dos correntistas serão migradas para a agência incorporadora.
Marlene Miranda, dirigente de base do Seeb-Rio e funcionária do BMB, não está muito preocupada com o risco de demissões em função do alto número de lesionados entre os empregados das unidades fechadas. Na agência Sete de Setembro, há apenas cinco funcionários trabalhando, mais uma estagiária, já que os outros 12 empregados lotados estão doentes. Como o excesso de trabalho é comum no BMB, os funcionários da agência incorporadora não poderão dar conta de todo o trabalho extra que vai resultar da transferência das contas. Mas, dado o histórico de atuação do banco em 2007, nem mesmo os lesionados estão seguros.
Em fevereiro de 2007, após fechar 21 agências em todo o país e demitir mais de quarenta bancários – fora estagiários e terceirizados de vigilância e limpeza – o BMB anunciou que as ações de reestruturação já estavam concluídas e que não haveria mais dispensas ou encerramentos de atividades. Mas o banco não cumpriu sua palavra e fechou mais cinco agências entre novembro e dezembro, nos municípios de Taiobeiras (MG), Dores de Campos (MG), Cariacica (ES), Taguatinga (DF) e Pernambuco (PE).
Nada em Alagoas, menos em Minas
Contrariando o que foi informado em diversas ocasiões no ano passado, na época da primeira leva de fechamentos, o BMB vai encerrar desta vez as atividades de quatro unidades em Minas Gerais. Embora tenha divulgado que pretendia se expandir por este estado, aproveitando sua boa posição no mercado mineiro, o banco anunciou que serão fechadas as unidades Avenida, em Belo Horizonte, e nos municípios de Manhuaçu, Nova Serrana e Paracatu. Isto sem contar as mais de 60 demissões que foram efetuadas na capital mi-neira somente no primeiro semestre deste ano.
Mais grave é a situação dos 12 funcionários lotados na agência Maceió. A única unidade do banco em Alagoas será fechada e incorporada pela agência de Recife, em Pernambuco, A 250 Km de distância. O superintendente regional já esteve na unidade e demitiu todos os empregados, inclusive dois dirigentes sindicais, sendo que um deles está em período de estabilidade pré-aposentadoria.
Sem palavra
O BMB está se reestruturando, seguindo orientações da consultoria Price Waterhouse, que costuma preparar relatórios que aconselham a empresa-cliente a enxugar quadro de pessoal e concentrar atividades. Segundo os próprios gestores do banco, em reuniões com a Federação no início do ano de 2007, a reestruturação teria sido concluída em fevereiro do ano passado, não havendo, portanto, motivos para que os bancários temessem por seus empregos. O banco afirmou também que abriria 15 novas unidades em Minas Gerais, mas, em contrapartida, já fechou muitas agências no estado.
No estado do Rio, foram encerradas em fevereiro de 2007 as unidades Aeroporto, Bonsucesso, Botafogo, Copacabana, Jacarepaguá, Leblon e Tijuca, na capital, mais uma unidade em Niterói e uma em Nova Friburgo. Até o final deste mês, o número de agências do BMB na capital passará a 30% do que havia em dezembro de 2006 – eram 10 agências, restarão apenas 3.
Reuniões
A COE do BMB se reuniu na última terça-feira (05) em Belo Horizonte. Na manhã de ontem (06), o Sindicato de BH realizou uma manifestação em frente à sede do banco, com a presença de todos os integrantes da Comissão. Alegando descontentamento com os sindicalistas em função do ato, o banco cancelou a reunião entre a diretoria e a Comissão, que seria realizada na parte da tarde. Hoje pela manhã uma nova manifestação será realizada, com o objetivo de arrancar do banco a marcação de um encontro para tratar das demissões e do fechamento de agências em todo o país.
Jander Batista, representante da Federação na COE do banco, e Marlene Miranda, do Seeb-Rio, estão em Belo Horizonte para as reuniões.