(Porto Alegre) Os dois novos assaltos a banco registrados na tarde de quinta-feira, dia 16 reforçam alerta do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários) de que as agências não seguem medidas de segurança previstas em lei e em normas da Polícia Federal. Foi assaltada uma agência do Banrisul na PUC, na Capital, e outra do Sicredi em Mariana Pimentel. É o segundo assalto em oito meses contra a agência do município, única na cidade.
Este ano já são 111 ocorrências, entre tentativas, assaltos e roubos no setor no RS. O que chama a atenção é que quase 20% dos casos foram registrados em agências do Sicredi. Na agência do Banrisul, a porta giratória com detector de metais fica depois do acesso à sala de auto-atendimento. Lei em vigor na Capital prevê que o dispositivo deve estar em todo os acessos destinados ao público, além de ser dotado de vidros blindados. Um vigilante e um estagiário foram agredidos na ação da qual participaram três ou quatro assaltantes. Em Mariana Pimentel, município próximo a Camaquã com cerca de 4 mil habitantes, os bandidos atacaram um vigilante com tijolada, pegaram sua arma e fizeram o assalto.
O SindBancários lamenta que os ataques se mantenham enquanto as instituições não ampliem investimentos em segurança, o que contrasta com lucros cada vez maiores. Levantamento do SindBancários mostra que os dois registros de hoje elevam para sete os ataques em agosto. Se o mês seguir este ritmo de violência, deve superar os 13 assaltos registrados em julho.
A necessidade de cobrar cumprimento de medidas pelos bancos será levada pelo Sindicato à primeira reunião do Grupo de Trabalho de Segurança Bancária nos últimos quatro meses. Será dia 22, próxima quarta-feira, na sede da Superintendência da Polícia Federal. A PF coordenará as ações do GT. Participam do grupo bancários, vigilantes, bancos, órgãos da segurança estadual e PF.
“Há regras e leis claras sobre o que deve ser feito para proteger clientes e trabalhadores. Mas as instituições fazem de tudo para descumpri-las”, lamenta Juberlei Baes Bacelo, presidente do SindBancários. A Polícia Federal tem delegacia especializada em segurança privada. Somente entre janeiro e julho, foram autuados mais de 100 estabelecimentos, entre os mais de 2 mil do Estado (postos e agências) por não cumprirem planos de segurança.
Entre irregularidades mais graves, estão falta de colete e de arma para vigilantes, além dos próprios seguranças, e munição antiga. Desde julho, as agências de cooperativas de crédito – como o Sicredi – tem de adotar os planos. Decisão judicial garantiu a aplicação da legislação dos bancos para o setor. Antes eles não eram considerados instituições financeiras.