Os bancos públicos terão que liderar a redução do custo financeiro no país, segundo determinou hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula também pediu que eles “sejam mais rápidos” na liberação de crédito e que aumentem a oferta ao setor produtivo.
De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participou de reunião com Lula e presidentes dos cinco bancos federais no Palácio do Planalto, “ainda falta crédito no país”, apesar de essas instituições informarem que elevaram suas disponibilidades após o agravamento da crise mundial em setembro.
O Banco do Brasil e o BNDES, relatou o ministro, aumentaram o crédito em 40% no último trimestre de 2008. “Mas há maior demanda por empréstimos no mercado interno”, ressaltou ele, “porque as fontes externas de financiamento secaram” e a situação ainda não se normalizou “plenamente”.
Além de volume, Lula mostrou-se preocupado com a redução do custo do dinheiro, disse Mantega. O corte na taxa básica Selic para 12,75% anuais, ontem, foi uma medida na direção de reduzir as taxas de juros, continuou ele.
O ministro destacou que o spread (diferença entre o custo de captação e o de aplicação dos bancos) “subiu a patamares inimagináveis e inadmissíveis para um país que precisa de crédito para crescer”. Ele citou que “teve banco público” que elevou o juro em 2008.
Para acompanhar o movimento de primeiro corte da Selic em 16 meses, o ministro da Fazenda disse que os bancos públicos “receberam a missão” de liderar a redução do juro ao consumidor e do spread. “Esperamos que os bancos privados acompanhem e tenham o mesmo comportamento”, disse o ministro.
Ele destacou que banco estatal não pode cobrar taxas maiores do que os bancos privados. E apontou que, “com a alta rentabilidade” obtida no ano passado, as instituições financeiras públicas tem gordura para reduzir o spread “mantendo uma margem de lucro”.
Participaram do encontro os presidentes do Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia.