A conjuntura política e econômica, a crise em todo o mundo e as perspectivas para o futuro, muito incerto, foram o destaque da mesa sobre o cenário nacional, no primeiro dia do Congresso Nacional dos Funcionários do BNB, nesta sexta-feira (07), em Itapua (BA). O trabalho de base dos bancários é fundamental para conscientizar a sociedade sobre os prejuízos das reformas trabalhista e da Previdência para os trabalhadores. Para isso, é importante a qualificação do debate. Essa é a opinião de todos os delegados que fizeram intervenção na mesa sobre a atual conjuntura política do país.
Primeiro a fazer a explanação, o secretário-geral da Contraf-CUT, Carlos de Souza, novamente chamou atenção que o golpe dado em 2016 não foi contra a presidenta Dilma Rousseff, eleita democraticamente, e sim, contra os trabalhadores. Contra o projeto colocado em prática no país desde 2003, responsável por reduzir as desigualdades sociais, por mudar a política dos bancos públicos e usá-los para fomentar o crescimento.
Portanto, “quem bancou o golpe foi o sistema financeiro nacional. Foi a Fenaban, o Bradesco, o Itaú que nunca aceitaram a política colocada em prática em 2008 e 2009, no auge da crise financeira mundial, quando diferentemente de outras épocas, o governo brasileiro baixou as taxas de juros dos bancos públicos, obrigando os privados a seguirem o mesmo caminho. Pela primeira vez, as instituições federais agiram como reguladoras e não foram coadjuvantes e, sim, protagonistas”, concluiu Carlos de Souza.
Ele destaca ainda que a intenção do governo, na verdade, não é privatizar os bancos públicos. A intenção é sucatear, enfraquecer. Para isso, corta o número de funcionários, como acontece agora com o plano de desligamento do BNB, fecha agências, joga projetos fundamentais para o país no lixo, como os de habitação.
Para fazer a luta, pondera Carlos de Souza, é fundamental também “fazermos uma autocrítica e identificar aonde erramos”. Análise compartilhada pelo presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza. “Nós erramos quando não fizemos a reforma política, a mãe de todas. Quando não cobramos pela democratização da comunicação, pela reforma tributária” ressaltou.