Bancários do ABC paulista saem às ruas para protestar contra PL 4330

Bancários do ABC usam grupo de teatro para denunciar o PL 4330

Com objetivo de denunciar os danos que o projeto de lei da terceirização 4330/04 pode trazer aos trabalhadores se for aprovado em votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), diretores do Sindicato dos Bancários do ABC saíram às ruas e levaram a discussão do tema para alertar a população e a categoria bancária nas agências do centro de Santo André na manhã desta quinta-feira (4).

Os dirigentes protestaram contra o substitutivo do deputado federal Artur Maia (PMDB-BA), relator do Projeto de Lei (PL) 4330/2004 do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), que regulamenta a terceirização fraudulenta e ameaça os empregos e direitos dos bancários.

“No caso dos bancários, o reflexo desse projeto abre espaço, por exemplo, para que agências, postos de atendimento e até mesmo departamentos passem a operar sem profissionais bancários. Sendo assim, as atividades-fim, ou seja, todas aquelas inerentes ao sistema financeiro, poderão ser realizadas por empregados de empresas terceirizadas com direitos muito inferiores aos estabelecidos à categoria por meio de Convenção Coletiva”, destacou Eric Nilson, presidente do Sindicato.

A Associação Ribeirãopirense de Cidadãos Artistas (Arca), parceira do Sindicato em várias atividades, apresentou uma encenação com o discurso do deputado federal Sandro Mabel, defendendo a terceirização, acompanhado da figura da morte, representando o desemprego, que será inevitável caso o projeto de lei de sua autoria seja aprovado.

Orlando Puccetti, diretor do Sindicato e funcionário do Santander, ressaltou que a terceirização é sinônimo de precarização do trabalho. “Os bancos são os maiores empregadores de empresas terceirizadas, o que realmente coloca em risco os direitos e conquistas dos trabalhadores”. Darci Torres Medina (Lobão), que é diretor do Sindicato e funcionário do Itaú, complementou a ideia. “Não podemos deixar que os trabalhadores sejam prejudicados, perdendo direitos que foram conquistados com muita luta”.

Gheorge Vitti, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco, enfatizou a importância da luta contra terceirização. “Com o PL 4330/04 aprovado, o trabalho dos gerentes, caixas e todo dos bancos será precarizado, e isso se estende às demais categorias”.

Para Furlan, diretor do Sindicato e funcionário da Caixa, o setor bancário é o que mais lucra no país e, com a terceirização, esse cenário irá se expandir precarizando o trabalho dos funcionários. “O bancário deixa de ser um agente financeiro para ser vendedor de produtos das instituições financeiras”.

Otoni Lima, diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil, destacou a importância de todas as categorias trabalhistas se unirem contra o PL. “Estamos nas ruas unidos para construir um país diferente. Essa é uma demanda real da classe trabalhadora que não aparece na mídia. Temos que mostrar a verdadeira luta no Brasil para conquistar trabalho e salários dignos”, pontuou.

Votação

O PL 4330/2004 entraria na pauta de votação da CCJC da Câmara no dia 9 de julho. Mas uma reunião da comissão quadripartite criada pelo governo federal para debater o tema, garantiu a negociação e o adiamento para o dia 10.

“Tivemos um grande avanço com a instalação da comissão formada por trabalhadores, representantes das centrais sindicais do governo e do empresariado, que irá negociar esse projeto de lei nos dias 5, 8 e 9”, finalizou o presidente do Sindicato, Eric Nilson.

Dia Nacional de Luta

A pressão contra o PL 4330 também integra a pauta unitária das centrais sindicais, que estão organizando o Dia Nacional de Luta, a ser realizado na próxima quinta-feira (11).

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