Na manhã da quarta-feira, 20 de novembro, o Sindicato dos Bancários de Piracicaba retardou o horário de abertura de seis agências do banco Santander. O ato aconteceu em consonância com os sindicatos de todo país, e teve o intuito de alertar bancários e a população sobre a aplicação sem diálogo de medidas da Reforma Trabalhista aos funcionários do banco espanhol.
Hoje em todo país foi realizado o Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores do Santander Contra a Retirada de Direitos. Esse manifesto é uma reação aos ataques aos direitos dos bancários. De acordo com o Presidente do Sindicato dos bancários, José Antônio Fernandes Paiva, a luta é pelos direitos que os bancários conquistaram muito trabalho e dedicação durante anos de batalhas.
“O Santander não teve bons resultados em vários países, porém foi o Santander Brasil que conquistou um quarto do lucro global do banco. Nós como movimento sindical não queremos que o banco tenha menos lucro, a nossa intenção é abrir o canal de comunicação e estabelecer o diálogo, que é uma cultura que mantemos desde o tempo do Banespa — banco comprado pelo Santander durante a expansão, por isso estamos realizando essa ação, porque o Santander impõe medidas aos seus funcionários sem uma conversa prévia com o sindicato. O nosso movimento é para que o Santander volte para a mesa de negociação”, comenta o presidente.
Na atividade foram entregues informativos aos bancários das agências e foi realizada a conscientização dos mesmos sobre a importância deste ato, devido a prepotência do banqueiro do Santander, por atropelar o Acordo Coletivo em diversas cláusulas, e impor medidas da nova lei trabalhista. “Essa reforma trabalhista é uma encomenda dos empresários e banqueiros ao governo Temer. E nos últimos dias arbitrariamente a diretoria do Santander saiu implantando essas medidas sem uma conversa com o movimento sindical, e sem um franco diálogo com seus funcionários. Mal foi aprovada essa lei, e o banco está impondo essa reforma, por isso realizamos esse ato, que ocorreu a nível nacional, para alertar aos bancários e para que eles entendam o quanto isso é importante lutar pelos direitos, e o quanto a negociação com o sindicato é necessária”, afirma a vice-presidente do SindBan, Angela Savian.
As novas políticas adotadas pela instituição começam a aparecer logo após uma grande festa de confraternização realizada no início do mês. “O Santander promoveu um pão circo com uma grande festa de fim de ano, e agora simplesmente vem impondo aos seus funcionários uma série de atrocidades. O movimento sindical e os trabalhadores querem respeito, por isso precisamos lutar”, afirma Angela. Segundo José Fernandes Paiva, o Santander como uma instituição grande, pode sim promover uma belíssima confraternização aos seus funcionários, mas não às custas de retiradas de direitos de prejuízos aos bancários. “Não vamos aceitar um pão e circo, o banco de um lado promoveu uma grande festa, e do outro vem cortando postos de trabalho, e além disso, irá alterar a data do pagamento do dia 20 ao 30, promovendo prejuízos aos trabalhadores, e não podemos esquecer outras questões como fracionamento de férias, acordo individual para compensação de horas extras”, comenta.
Paralisação – Na base do Sindicato, ficaram paralisadas por cerca de uma hora, duas agências do Centro, sendo a agência da Moraes Barros onde trabalham cerca de 40 pessoas; Xv de novembro (20 funcionários) Na Vila Rezende duas agências onde trabalham 19 funcionários e a agência localizada na Carlos Botelho (13 pessoas). Além destas, o SindBan paralisou também a Superintendência Regional do Banco e a agência da Avenida Independência que possuem juntas 22 funcionários.
Medidas adotadas pelo Santander – O Santander implantou recentemente algumas ações entre elas, mudança da data de pagamento dos salários, alterada do dia 20 para o dia 30; alteração dos meses de pagamento do 13º salário que era no mês de março e novembro para maio e dezembro; e adoção do acordo individual de Banco de Horas Semestral. Um dos dados mais preocupantes é o de demissões, desde que foi começou a valer a Reforma Trabalhista, o Banco Santander tem demitido em média 7 bancários por dia no Brasil.
Durante o ato, o Presidente do SindBan, comentou sobre a cultura do assédio que está sendo instaurada no Santander, de acordo com ele o banco espanhol tem lançado mão de uma nova forma de assediar os seus funcionários, o assédio digital “ O banco está obrigando os seus funcionários a terem mais de sete aplicativos no celular, tudo isso com a intenção de controlar os bancários, essa política tange a privacidade pessoal dos funcionários, que já tem metas que são quase intangíveis, por isso exigimos respeito aos funcionários e clientes”, completa Paiva.