AL: 9º Encontro Estadual dos bancários debate reforma trabalhista e estratégias para Campanha Nacional

Resistir e defender os diretos arduamente, essas foram algumas palavras de ordem citadas pela categoria durante o 9º Encontro Estadual dos Bancários, realizado na sede do Sindicato, no sábado (28), dando assim o ponta pé inicial para a preparação da Campanha Nacional 2018.

Com o mote “Defendendo as Conquistas e a Democracia”, bancários da capital e do interior debateram os impactos que a categoria já começou a sofrer e as estratégias de enfretamento diante do período tenebroso que se aproxima.

A abertura do encontro já iniciou com reflexões e menções sobre os ataques severos aos direitos dos trabalhadores. “O momento já está se encaminhando para um dos mais difíceis da história. Nós trabalhadores temos que agir e responder aos ataques, caso contrário não teremos nenhuma expectativa de emancipação humana. Precisamos estar engajados para que assim possamos ser protagonistas de um novo projeto se sociedade”, observou o presidente do Seec/AL, Márcio dos Anjos.

Dando continuidade à ebulição de resistência, o deputado Paulo Fernando dos Santos (Paulão) subsidiou uma discussão sobre a conjuntura e destacou que a unidade e perseverança da categoria devem estar de mãos dadas, principalmente diante do cenário político, social e econômico atual. “Os trabalhadores vivem um momento avassalador de desestabilidade e retirada de direitos, faz-se necessário com urgência o íntimo coletivo, compartilhar as ideias e superar as dificuldades, fortalecendo a identidade da classe”, disse Paulão.

Em seguida o defensor público Othoniel Pinheiro Neto, doutor em direito constitucional, falou sobre o Sistema Judiciário Brasileiro e seu Compromisso com as Elites, visto que o Judiciário através de integrantes oriundos das altas camadas criminaliza a pobreza, mostrando-se o principal parceiro do capital. “O Judiciário está tomando um caminho sem volta, os trabalhadores devem estar vigilantes, pois a parceria do judiciário com o capital é danosa para a classe trabalhadora”, falou Othoniel Pinheiro.

Reconhecendo que a Campanha Nacional deste ano será diferenciada dos últimos 50 anos, a categoria professou resistência e enfrentamento, haja visto que os impactos da reforma trabalhista afetarão a Convenção Coletiva da Categoria. A técnica do Dieese Viviam Machado esclareceu em seu painel a inserção de questões trabalhistas nas minutas dos acordos coletivos, oriundas da reforma trabalhista, que afetam as cláusulas dos contratos em todas as temáticas, como remuneração, emprego, liberdade sindical, saúde e condições de trabalho. “As mudanças na CLT trazem elementos que acabam privilegiando as negociações individuais em detrimento das coletivas, dessa forma os patrões não pensarão duas vezes em prejudicar o trabalhador, fechando acordos inferiores aos da Convenção”, esclareceu Viviam Marchado.

O diretor Thyago Miranda, responsável pela organização do evento, ressaltou que a precarização das modalidades de contratação ameaça a continuação da categoria. “A pejotização, o tele trabalho e a terceirização nas atividades fim com autônomos podem ser implementadas pelas instituições financeiras, e se não nos mobilizarmos, os postos de trabalho continuarão existindo com trabalhadores totalmente precarizados”, advertiu Thyago Miranda.

Outro ponto marcante no Encontro foram os trabalhos realizados por grupos, que acabaram movimentando ainda mais os participantes. Durante o Encontro também foram escolhidos os delegados para as Conferências Específicas de bancos públicos e privados.

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