Euardo Cucolo
da Folha Online, em Brasília
A taxa média de juros cobrada pelos bancos, o que inclui pessoas físicas e empresas, passou de 39,4% para 40,1% ao ano em agosto, o maior patamar desde novembro de 2006 (41%), segundo a pesquisa mensal de juros do Banco Central divulgada nesta sexta-feira. No acumulado do ano, os juros médios cobrados registraram elevação de 6,3 pontos percentuais.
Somente para pessoas físicas, os juros subiram nas principais modalidades de crédito em agosto. A taxa média, que engloba cheque especial, empréstimo pessoal e aquisições de veículos, entre outros, subiu de 51,4% em julho para 52,1% ao ano no mês passado. É a maior taxa desde janeiro de 2007, quando os juros estavam em 52,3%.
A inadimplência também aumentou –de 7,3% para 7,5%– e voltou ao patamar registrado no início do ano passado.
No cheque especial, a taxa de juros subiu de 162,7% para 166,4%. O recorde é de 294% ao ano, registrado em julho de 1994. No empréstimo pessoal, a taxa subiu de 53,6% para 54,5% ao ano. Na aquisição de veículos, caiu de 33,5% para 33,3% ao ano.
Esse aumento se deve ao “spread” bancário (a diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes). O ‘spread’ para pessoa física aumentou 1 ponto percentual, para 37,6 pp.
Empresas
Os juros das empresas também apresentaram alta no mês de agosto, de 27,7% ao ano para 28,3% (a mais alta de junho de 2006, quando foi de 28,8%). A inadimplência da pessoa jurídica ficou estável em 1,7% pelo terceiro mês seguido.
Houve alta do “spread” bancário para pessoa jurídica, de 0,4 ponto percentual, de 14,5 pontos para 14,9 pontos. O ‘spread’ geral (considerando também o crédito pessoa física) passou de 25,6 pontos percentuais para 26,2 pp.
Além do spread, pesou o aumento da taxa básica de juros, que começou o ano em 11,25% e chegou a 13,75% ao ano no início de setembro, o que elevou a taxa geral de captação dos bancos de 13,8 pontos para 13,9 pontos.