O Banco do Brasil viu seu lucro líquido aumentar 117,3%, para R$ 5,818 bilhões no primeiro trimestre de 2015 em comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado está em linha com os balanços de Itaú, Bradesco e Santander, que, apesar da crise, têm divulgado alta dos lucros.
O valor foi divulgado na manhã desta quinta-feira (14), e leva em consideração a receita extra de R$ 3,2 bilhões da parceria com a operadora de cartões de crédito Cielo, anunciada em novembro.
O lucro recorrente, ou seja, aquele que desconta eventos extraordinários desse tipo, teve alta de 24,2% no período, para R$ 3,025 bilhões. O valor está em linha com a previsão média de analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, de R$ 3,033 bilhões.
O resultado se explica pelas maiores receitas com juros e tesouraria, que serviram de contrapeso a despesas maiores em provisões para perdas com calotes -com a economia em crise, bancos têm separado valores maiores para se proteger no caso de não pagamento pelos clientes, o que retira esse dinheiro da contabilização dos lucros.
Lucro Líquidos dos bancos – Crédito: Editoria de Arte/Folhapress
No fim de março, o estoque de crédito do BB somava R$ 776,9 bilhões, aumento de 11,1% em 12 meses, com destaque para as linhas imobiliária e de grandes empresas.
O índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, atingiu 2,05%, ante 1,97% um ano antes e 2,03% no trimestre anterior.
As despesas do banco com provisões para perdas com calotes somaram R$ 5,999 bilhões entre janeiro e março, um salto de 43,3% sobre o primeiro trimestre de 2014.A rentabilidade sobre o patrimônio líquido em um ano foi de 14,5% no trimestre, alta anual de 0,5%.
Apesar da crise na economia, os bancos têm surpreendido no primeiro trimestre com lucros crescentes e expansão nos negócios.
Maior banco privado brasileiro, o Itaú lucrou R$ 5,733 bilhões no trimestre -26,8% mais do que no mesmo período de 2014. Bradesco e Santander tiveram ganho de R$ 4,244 bilhões e de R$ 684 milhões, respectivamente, resultados 23,3% 32% superiores ao registrado no mesmo período de 2014.
O desempenho é resultado do aumento das margens de ganho nos empréstimos, possibilitado pelo maior repasse ao consumidor do aumento nos juros pelo governo.
Os bancos também mantiveram controlada a inadimplência, o maior custo dos empréstimos, apostando em linhas de menor risco de calote -como crédito consignado, imobiliário e a grandes empresas.
Análise do Dieese
A subseção do Dieese na Contraf-CUT já está analisando o balanço trimestral do Banco do Brasil, cujo resultado será divulgado em breve.