Ato nesta sexta em Cuiabá exige mais contratações de negros e negras

A data da abolição da escravidão no Brasil será o pano de fundo para o debate que será realizado nesta sexta-feira (13) pelo Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB-MT), em frente à agência Bradesco Centro, na Rua Barão de Melgaço, a partir das 10 horas, em Cuiabá.

Entre as atrações estão apresentações culturais como capoeira, entrega de carta aberta à população e debates sobre a abolição do preconceito e contratação de negros e negras no mercado de trabalho, sobretudo, nos bancos.

A ação do SEEB-MT é uma iniciativa de combate à discriminação histórica contra os negros e negras que lutam para ter oportunidade de emprego no país. Pesquisa realizada entre os bancários do Brasil constatou que negros e negras são minoria gritante no ambiente bancário: 19% dos bancários homens eram negros em 2009, e entre as bancárias negras, este índice era menor, 13%.

Outro grupo excluído do quadro de funcionários são as pessoas com deficiência que encontram dificuldade para conseguir trabalho nos bancos. Por entender que esta realidade deve ser mudada que os diretores do SEEB-MT vão suscitar esta discussão no dia da abolição da escravidão junto com a sociedade.

Dados

Mesmo quando o negro consegue um trabalho, a discriminação continua. É o que apontam os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2010, divulgada pelo Ministério do Trabalho, que aponta a redução na diferença entre a remuneração média paga a brancos e negros no Brasil. Entretanto, ela continua alta e fechou 2010 em 46,4%. Em 2009, esse índice era de 47,98%.

Os negros constituem 35,7% da População Economicamente Ativa (PEA), mas ocupam apenas 19% dos postos de trabalho no sistema financeiro. Além disso, os negros ganham, em média, 64% da remuneração paga aos brancos. A situação é ainda mais grave em se tratando da mulher negra, ainda mais discriminada em postos de trabalho do setor.

“Nosso dia de luta serve para destacar que os negros e negras devem ser respeitados e merecem o espaço no mercado de trabalho. Os bancos não podem fingir que da forma com está é correta e que a discriminação não existe. Nossa luta é por mais contratações com inclusão, com igualdade e não com discriminação”, afirma o presidente do SEEB-MT, Arilson da Silva.

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