Em dia de luta, bancários cobram avanços no plano de saúde do Bradesco

Os bancários do Bradesco marcaram presença nesta quarta-feira (4) nas manifestações, panfletagens e paralisações do Dia Nacional de Luta, denunciando as dificuldades que vêm enfrentando no atendimento médico, laboratorial, hospitalar e odontológico, diante da defasagem do Bradesco Saúde e do Odontoprev.

Trata-se de um plano incompleto, longe de atender as necessidades dos funcionários e seus dependentes. Os bancários distribuíram a edição especial do jornal Raios, elaborado pela Contraf-CUT.

Clique aqui para ler o jornal Raios.

Conforme levantamento preliminar feito pela Contraf-CUT, com base nas informações de sindicatos e federações até as 19h30, os bancários realizaram atividades em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Piauí, Rondônia, Roraima, Dourados, Juiz de Fora, Vitória, Teresópolis, Acre, Cuiabá, Pará, Amapá, Uberaba,ABC paulista, Araraquara (SP), Pato de Minas (MG), Teófilo Antônio (MG), Cruz Alta (RS) e Campos de Goytacazes, dentre outras cidades.

A mobilização foi uma resposta dos bancários diante do descaso do banco em resolver os problemas do plano de saúde e odontológico. O movimento sindical cobrou uma negociação com o banco para discutir com seriedade as reivindicações dos funcionários.

“Essa mobilização foi positiva e importante para estabelecermos com a direção do banco um processo de negociação mais efetivo”, avalia Walcir Previtale, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT e funcionário do banco.” Chamamos a mobilização contra um dos maiores bancos privados do Brasil, a fim de que sejam levadas a sério as reivindicações dos trabalhadores”, destaca.

“Na última negociação, o banco afirmou que não teve tempo de fazer uma apreciação geral sobre as reivindicações dos bancários, especialmente sobre o plano de saúde e odontológico. Isso é um absurdo, pois o tema está na pauta de negociações há mais de um ano”, critica.

Ele considera satisfatório o resultado da mobilização. “Saímos fortalecidos desse Dia Nacional de Luta. O processo de reivindicações não se encerra com o fim dessa jornada. Estamos apenas iniciando a Campanha Nacional 2012”, salienta Walcir.

Sem cobertura

Com uma defasagem de 22 anos, a cobertura do plano não se modernizou conforme os avanços da medicina e dos novos procedimentos médicos que se popularizaram. Os trabalhadores não possuem atendimento em diversas especialidades, como psicologia, psiquiatria, fonoaudiologia, nutricionista, entre outros procedimentos.

“É preciso ampliar as especialidades médicas cobertas pelo plano. Essa é uma pauta antiga dos trabalhadores”, ressalta Elaine Cutis, diretora da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

Elaine cobra do Bradesco seriedade no processo de negociação. “Há muito tempo não se avança em nenhuma das reivindicações dos trabalhadores, ficando sem solução os problemas dos bancários. Saúde não é brincadeira”, critica.

ANS de olho

A situação é tão precária que o plano dos funcionários do Bradesco sequer é regulado pela lei federal 9656/98 por ser anterior a ela. Entretanto, a ANS, como agência reguladora e fiscalizadora do setor, criada em 2000, deve submeter o Bradesco Saúde aos seus crivos.

Conforme a Resolução Normativa (RN) 254 da ANS, a partir do dia 4 de agosto, o Bradesco não poderá mais incluir novos funcionários na apólice de saúde vigente. Caso o banco não se comprometa a fazer adaptação ou migração para as novas normas, ele terá que abrir uma nova apólice para receber os novos funcionários, o que acabará gerando diferenciação de atendimento entre novos e antigos funcionários.

Plano odontológico precário

Outro problema grave enfrentado pelos bancários do Bradesco é o serviço prestado pelo plano odontológico. Muitos profissionais têm deixado o plano por conta do aumento da burocracia após a fusão da OdontoPrev com o Bradesco, criando a rede UNNA.

Com isso, o plano que já tinha poucos profissionais em diversas regiões passou a ser quase nulo em algumas localidades. Tem ocorrido um verdadeiro descredenciamento em massa do plano. É preciso resolver essa situação e garantir um atendimento de qualidade para todos os bancários.

Sem contar a defasagem do plano, que não cobre, entre outros procedimentos modernos, a ortodontia, implantologia, reabilitação oral. A cobertura do plano não vai além de extração e obturação dentária.

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