A cidade de Presidente Prudente inaugurou, na manhã do dia 14 as caravanas regionais da Fetec/CUT-SP, cujo objetivo é promover o lançamento da Campanha Nacional dos Bancários 2008 nas diversas regiões do Estado de SP.
A caravana de Presidente Prudente ocorreu dois dias após o lançamento estadual, realizado na capital paulista, e contou com participação de todos os sindicatos filiados a Fetec SP, além de representantes da CUT e de outras categorias, como eletricitários, servidores municipais, condutores, aposentados e da Associação de Lesionados local.
A atividade teve início às 11h, em frente à agência Nossa Caixa, na região central, e contou com caminhão de som, bandeiras e faixas. Dentre as intervenções, estiveram as dos presidentes da CUT, Artur Henrique; da Fetec/CUT-SP, Sebastião Geraldo Cardozo; e do Sindicato dos Bancários de Prudente e Região, Edmilson Trevizan.
Na seqüência, os manifestantes seguiram em passeata chamando a atenção do bancário e da população sobre as reivindicações da categoria (confira abaixo) em contraposição à alta lucratividade do setor financeiro.
O encerramento da atividade ocorreu na esquina onde estão localizadas as três grandes agências da cidade: Santander, Bradesco e BB. Na oportunidade, as lideranças voltaram a ressaltar a capacidade dos bancos de atender as reivindicações da categoria de melhorias das condições de trabalho e de salário, bem como de desempenhar o seu papel perante a sociedade, de investimento no desenvolvimento regional e nacional.
A caravana recebeu ampla cobertura da mídia local: Globo, Bandeirantes e SBT, além de todas as emissoras de rádio da região.
Na avaliação do presidente do Seeb/Prudente, Edmilson Trevizan, a iniciativa da FETEC SP, de organizar as caravanas, terá o mérito de alavancar a campanha dos bancários nas várias regiões do Estado. “A partir das caravanas, os banqueiros nos verão com outros olhos. Será uma forma de mostrarmos força desde o início, bem como nossa disposição de radicalizarmos se assim for necessário”, conclui Trevizan.
Nesta sexta-feira (15/08), as lideranças sindicais participam de caravana em Assis. Para os dias 18 e 19/08, está prevista caravana da Regional 3 (Catanduva, Araraquara e Barretos). Em 20 e 21/08, caravana da Regional 2 (Bragança Paulista, Limeira e Jundiaí) e nos dias 25 e 26/08, da Regional 5 (Guarulhos, Taubaté e Mogi das Cruzes).
Principais reivindicações
Índice – reajuste de 13,23% (inflação mais 5% de aumento real
Vale-alimentação – R$ 415 (mesmo valor do salário mínimo)
Vale-refeição – R$ 17,50 por dia
Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – três salários mais valor fixo de R$ 3.500, sem teto, nem limitador.
Auxílio-creche – R$ 415 (mesmo valor do salário mínimo)
Pisos salariais – aumento progressivo, em três anos, até atingir o piso do Dieese, atualmente estimado em R$ 2.074, sendo incorporado 50% da diferença entre o piso da categoria (R$ 921,49) e o piso do Dieese neste ano, 25%, em 2009, e outros, 25% em 2010. Desta forma, neste ano, o piso da categoria passaria a valer R$ 1.497,75 para escriturários, R$ 1.947,07 para caixas e tesoureiros, R$ 2.321,50 para primeiro comissionado, e R$ 3.369,93 para gerente.
Plano de Cargos e Salários (PCS) – formulação de um PCS para todos. A proposta prevê 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos. A proposta de PCS determina, ainda, que os bancos são obrigados a treinar o trabalhador para a nova função por no mínimo 60 dias. E quando houver uma nova vaga, o banco é obrigado a fazer um processo de seleção interna para preenchê-la. Para cada cargo e função, o banco deve apresentar a grade curricular necessária e oferecer o curso aos trabalhadores dentro do expediente. Em caso de descomissionamento do bancário, a comissão será incorporada ao salário integralmente.
Fim da metas abusivas – Os bancários querem interferir nas metas que estão na base da gestão do sistema financeiro. As metas passarão a ser definidas com o moviment o sindical, a partir do local de trabalho – agências ou departamentos – e levando em consideração a região, o porte das agências, o número de funcionários, a base de clientes e o perfil econômico local. Devem ser obrigatoriamente coletivas e não individuais, considerando a região e número de clientes. Deve ocorrer a redução das metas quando houver a diminuição de trabalhadores.
Contratação de remuneração total – Além do reajuste salarial, os bancários querem regrar a remuneração variável. A reivindicação é de distribuição de 5% da receita de prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deverá ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência deve ser distribuída entre os trabalhadores da unidade.
Novas conquistas – Auxílio-educação e a criação de um plano de previdência complementar fechado, com gestão compartilhada.
Emprego – Ratificação da convenção 158; defesa do emprego; cumprimento da jornada de 6 horas; contratação de mais funcionários, estabelecendo efetivo mínimo para o atendimento aos clientes.
Segurança – Instalação de portas de segurança em todas as agências bancárias já no auto-atendimento; pagamento de adicional de risco de vida no valor de 40% do salário para funcionários de agências e PABs.
Reivindicações Políticas
Defesa dos bancos públicos
Ampliação do crédito produtivo para investimentos, principalmente agrícola
Redução da taxa de juros