Bancos públicos ampliam participação no crédito para motos

Folha de São Paulo

Depois de promover reduções de juros e nas taxas de fundos, os bancos públicos dão agora condições para ajudar o setor de motos a combater a crise deste ano.

As vendas de motos recuaram 13% até setembro em função da restrição de crédito para o segmento. As aprovações de pedidos de financiamentos caíram a menos de 20% neste ano.

A Caixa ingressou na modalidade nesta quarta-feira por meio de uma parceria com o PanAmericano, no qual detém participação. Juntas, as duas instituições vão oferecer crédito de até 100% para motos novos acima de 100 cilindradas, em até 36 meses.

A linha está disponível em 2.500 concessionárias e poderá ser contratada nas agências da Caixa mais adiante.

O Banco do Brasil já anunciara ontem a ampliação no segmento, com a oferta de crédito para motos menores e taxas reduzidas. O banco, que antes financiava apenas modelos acima de 250 cilindradas, estendeu o crédito para motos acima de 150 cilindradas.

O ingresso mais firme dos estatais segue medida do Banco Central que autorizou a deduzir do depósito compulsório as operações de financiamento de motocicletas.

O setor negociava a aprovação da medida havia meses, na esperança de melhorar a oferta de crédito aos consumidores e diminuir o recuo nas vendas. O Banco PanAmerico afirma, contudo, que já estudava a medida como forma de diversificar a carteira.

“O governo, via seus bancos oficiais, está indo com mais agressividade no mercado [de financiamento de motos]”, afirma o presidente-executivo da Fenabrave (associação das concessionárias), Alarico Assumpção.

Ele espera que a aprovação de fichas de crédito suba dos atuais 15% para algo em torno de 30% com as novas condições.

“À medida que o Banco Central libere um determinado limite de compulsório para que os agentes possam fomentar um número maior de aprovação de cadastros para venda de moto, [somado] à equalização das taxas, isso vem amenizar a perda que tivemos no volume de motos. Não que venha a solucionar todo o problema”, afirma Assumpção.

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