A manifestação que ocorreu no domingo (9) em Santiago, capital do Chile, para lembrar as vítimas da ditadura do governo Augusto Pinochet (1973-1990), acabou com oito presos e vários incidentes pela cidade. Todos os anos a data em que ocorreu o golpe militar – de 11 de setembro de 1973 – é celebrada no país. No Chile, há o Museu da Memória em homenagem aos mortos e desaparecidos do período militar.
A partir do golpe militar, em 11 de setembro de 1973, o Chile viveu 17 anos anos sob a ditadura. Nesta terça-feira (11), vários grupos depositarão flores na porta do Palácio de La Moneda. Parentes e amigos das vítimas, além de simpatizantes do Partido Socialista, visitarão o monumento do ex-presidente Salvador Allende – símbolo de resistência aos militares nos anos de 1970 e que estava no poder quando houve o golpe.
Com banners, bandeiras e cartazes, os manifestantes saíram da Praça dos Heróis, no centro de Santiago, em direação ao cemitério onde fica o memorial em homenagem às vítimas. Em marcha, os manifestantes passaram em frente ao Palácio de La Moneda (sede do governo), onde a polícia havia organizado forte esquema de segurança.
Durante a manifestação, houve incidentes envolvendo pessoas encapuzadas, que atiraram pedras contra policiais e instituições públicas. A presidenta da Associação de Familiares de Desaparecidos, Lorena Pizarro, apelou ao presidente chileno, Sebastián Piñera, “para acabar com a impunidade e a repressão policial”
Pelos dados das organizações não governamentais (ONGs), a ditadura de Pinochet deixou mais de 3 mil mortos e 37 mil vítimas de prisão e torturas. Os tribunais chilenos ainda têm 350 ações à espera de julgamento sobre casos de desaparecimento, tortura, confinamento ilegal e conspirações do período da ditadura, envolvendo cerca de 700 agentes civis e militares.