Bradesco terá ganho de R$ 280 mi com lote da VisaNet

Agência Estado
Vinícius Pinheiro

O Bradesco registrará, no resultado do terceiro trimestre, um ganho de R$ 280 milhões líquido de impostos com a venda do lote suplementar de 2,2% das ações da VisaNet. A informação foi dada hoje pelo vice-presidente executivo do banco, Domingos Abreu, durante teleconferência com analistas.

No balanço do segundo trimestre, o Bradesco obteve R$ 2 bilhões com a venda de parte das ações na empresa de meios de pagamento, durante a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) realizada na BM&F Bovespa. O ganho, contudo, foi parcialmente consumido pela provisão para devedores duvidosos (PDD) adicional, de R$ 1,3 bilhão, realizada pelo banco.

Abreu considera que o patamar atual recompôs o nível de cobertura do banco e, portanto, não vislumbra a necessidade de despesas de provisão adicionais, nem mesmo após a aprovação pelo Banco Central da compra do Banco Ibi pelo Bradesco. O executivo fez questão de ressaltar que a elevação nas provisões não tem relação com a aquisição da instituição, que conta com índices elevados de inadimplência. O Bradesco encerrou o segundo trimestre com uma PDD equivalente a 7,7% da carteira de crédito, um nível R$ 3 bilhões superior ao requerido.

Em um cenário de retração do crédito, os ganhos com operações de Tesouraria garantiram um aumento de 26,9% na margem financeira do Bradesco no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Os ganhos foram para R$ 7,560 bilhões. Questionado se a queda da taxa básica de juros (Selic) pode pressionar as margens no futuro, o vice-presidente do banco reconheceu a possibilidade, mas destacou que as posições pré-fixadas mantidas pelo banco devem mitigar esse efeito até que haja um aumento no volume de crédito em decorrência da redução dos juros.

De acordo com o presidente executivo do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, o banco trabalha com uma expectativa de aumento de 13% na carteira de crédito este ano. A instituição ainda não tem projeções para 2010, mas, diante da perspectiva de um crescimento da economia de até 5%, “não seria nenhum absurdo” esperar um crescimento da ordem de 20% para o volume de financiamentos no ano que vem, estimou.

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