O HSBC decidiu trocar o seu presidente no Brasil menos de um ano após o escocês Shaun Wallis assumir o comando do banco inglês no país. O posto será assumido por Conrado Engel, atual responsável pelo varejo em 19 países da Ásia e Oceania. Engel entrou no HSBC após a compra da financeira Losango, em 2003. Wallis foi deslocado para Hong Kong para cuidar da área global de negócios do banco comercial, que atende grandes empresas e responde por 77% do lucro do banco.
Em 2008, o banco britânico apresentou um lucro líquido recorde no Brasil de R$ 1,35 bilhão, crescimento de 9% em relação a 2007. O ativo total aumentou 58% em 2008, avançando de R$ 70,75 bilhões para R$ 112,1 bilhões.
“A substituição aponta para uma tentativa do HSBC de reforçar todos os seus segmentos no mercado brasileiro, como o de varejo e imobiliário, diante do fortalecimento do mercado interno”, afirma Miguel Pereira, secretário de organização da Contraf-CUT e funcionário do banco.
A direção do banco britânico reforça a importância do Brasil como país-chave nos mercados emergentes e para os resultados globais do grupo. Para Emilson Alonso, presidente do HSBC na América Latina, a quem o novo presidente irá se reportar, “a experiência que Conrado reúne no varejo será vital para que seja feita a continuidade das operações no Brasil”. Já o economista-chefe do banco, Stephen King, afirma que “o importante é que os países conversem entre si e sejam construtivos para manter o comércio e o sistema financeiro abertos”.
A troca acontece em um momento em que se anuncia a abertura de uma agência na cidade de São Paulo do maior banco chinês. Além disso, a China se tornou o principal mercado importador brasileiro. Com esses fatos, a matriz do HSBC pode estar tentando promover uma troca de expertise entre os maiores mercados emergentes do mundo, Brasil e China.
“Esperamos que esta troca de comando e informações entre os mercados brasileiro e chinês traga benefícios aos funcionários e clientes, o que não aconteceu na gestão de Wallys”, afirma Miguel. “Que os bons resultados que o banco vem conseguido no país se traduzam em mais empregos e melhores condições de trabalho”, acrescenta.
