Valor: agressiva, Credicard chega a 6 milhões de cartões

Valor Econômico
Altamiro Silva Júnior, de São Paulo

Uma carta enviada pela Credicard Citi nos últimos dias para milhares de pessoas oferece um cartão de crédito com desconto de 70% na anuidade e mais dois cartões adicionais grátis. Por telefone, é possível fazer o cartão em apenas dez minutos.

Estratégias agressivas como essa têm garantido à Credicard Citi, a administradora de cartões do Citigroup no Brasil, crescer no cobiçado e disputado mercado de cartões brasileiro, que ultrapassou os 100 milhões de plásticos no ano passado. A Credicard atingiu uma base de 6,05 milhões de cartões, 500 mil a mais do que tinha no final de 2007.

Desde o dia 1º de janeiro, o Citi passou a ter direto ao uso exclusivo da marca Credicard no Brasil. Até o final de 2008, o uso era compartilhado com o Itaú, um dos sócios da Credicard e que vendeu ao Citi a marca por R$ 280 milhões em dezembro de 2006. A Credicard foi fundada em 1970 pelo Itaú, Unibanco e Citi, que eram sócios da empresa até 2005, quando houve a separação e divisão dos cartões.

Mesmo em tempos de crise, a Credicard não está parada. Comenta-se que a empresa está buscando parcerias com redes de varejo e empresas regionais para distribuir os cartões e atrair mais clientes a custo muito mais barato que as tradicionais malas diretas, destaca Boanerges Ramos Freire, sócio da Boanerges & Cia Consultoria em Varejo Financeiro.

Um dos problemas do Citi é a rede de distribuição restrita, que nem se compara com a de outros bancos, como Bradesco, Itaú ou Banco do Brasil. Na mala direta, estratégia muito usada pela Credicard no passado, é preciso o envio de uma quantidade muito grande de correspondência para ter a adesão de alguns poucos.

Para tentar ganhar mais mercado, a Credicard Citi trouxe recentemente para o país a plataforma que o Citi usa no mundo todo, a ECS (Enhanced Card System). A plataforma permite desenvolver produtos e serviços de forma mais ágil. A empresa deixou de processar os cartões na Orbitall (que pertence ao Itaú) e utiliza os centros tecnológicos no México e Cingapura. A base da Diners e os cartões corporativos continuam na empresa do Itaú.

A estratégia da Credicard foi buscar não-clientes e tentar atrair pessoas que não tinham acesso ao setor bancário. Mas outros públicos também foram abordados, como jovens, universitários e a elite da alta renda.

Em 2008, o comando da empresa passou para as mãos de Leonel Andrade. Também em 2008, a Credicard Citi fechou parceria com a Shell para o lançamento de um cartão em conjunto, com a meta de emitir um milhão de unidades.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram