Milhares de pessoas tomaram as ruas em frente ao hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (5). Movimentos sociais, sindicais, diversas entidades e categorias denunciam o golpe parlamentar em curso no Brasil e o ataque aos direitos dos trabalhadores. A Contraf-CUT, seus Sindicatos e Federações, participam da mobilização nesta data, quando o mundo volta seus olhos para o Brasil, com a abertura dos Jogos Olímpicos.
O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, destaca a importância do grande ato no Rio de Janeiro.
“Nós estamos falando com a imprensa mundial, dizendo que no Brasil, as grandes elites empresariais articularam um golpe com um congresso nacional comprado e patrocinado por eles. Juntamente com uma mídia golpista e com setores do judiciário, comprometidos com os partidos, eles querem dar ares de legalidade ao golpe, com a tentativa espúria de impeachment”, afirma.
Roberto alerta que o momento exige mobilização de todos. “Os movimentos sociais e os sindicatos estão contando tudo isso para a comunidade mundial, para que não pareça que a presidenta Dilma cometeu algum crime. Isso é golpe, nós vamos denunciar para o mundo todo”, completa.
Os organizadores da mobilização – CUT, movimentos sociais e sindical ligados à Frente Povo Sem Medo, Frente Brasil Popular e Frente de Esquerda Socialista – preveem grande repercussão internacional do ato.
A Frente Brasil Popular também convocou manifestações em diversas cidades para terça-feira (9), quando será votado o juízo de pronúncia no Senado, no processo de impeachment. As centrais sindicais farão também no dia 16, em todas capitais, atos em defesa dos empregos e dos direitos dos trabalhadores. A data foi escolhida durante assembleias dos trabalhadores no último dia 26 de julho.
Contradições do governo interino
Em nota, a Frente Brasil Popular afirma que o golpe do impeachment tem como alvo "a classe trabalhadora, os setores populares, os direitos sociais, as liberdades civis e democráticas, o patrimônio público, a soberania e o Estado nacional".
O documento também expõe as contradições do governo interino, que adota discurso de austeridade, mas amplia o déficit público. Por outro lado, acaba com a obrigatoriedade de gastos governamentais em saúde e educação, impondo limites que significam um verdadeiro desmonte dos serviços públicos.
Eles também denunciam a diminuição de recursos em programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família, e atacam a proposta de reforma da Previdência do governo Temer, que quer aumentar a idade mínima para acesso às aposentadorias e desvincular do salário mínimo o reajuste dos aposentados.
"Cientes de que as urnas não aprovariam o desmonte do patrimônio público e a retirada de direitos conquistados", o governo golpista, afirmam, promove também a dilapidação do patrimônio público com privatização de empresas estatais no setor elétrico, nos portos e aeroportos, a venda de campos do pré-sal para corporações transnacionais e a venda de terras e demais recursos naturais ao capital internacional.
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