Na terça-feira, 3 de agosto, os bancários do Santander fizeram protestos nos principais estados do país contra as atitudes antissindicais do banco, entre elas a perseguição de dirigentes sindicais e a utilização do interdito proibitório como arma contra os sindicatos e as lutas da categoria.
A mobilização ainda teve como reivindicação a assinatura de um Acordo Marco Global, que garanta os direitos básicos aos funcionários do grupo espanhol em todo o mundo.
No Rio de Janeiro, os bancários retardaram a abertura de três importantes agências do centro da cidade (Ouvidor, Rio Branco e Buenos Aires). Em São Paulo houve protestos no Centro Administrativo Santander 1 (Casa 1), na Rua Amador Bueno, Zona Sul.
O Santander está perseguindo dois dirigentes sindicais paulistas: Adalto Uchoa, da Fetec-CUT/SP, e Rita Berlofa, do Sindicato dos Bancários de São Paulo. A Fidelity, terceirizada que presta serviços para o banco, demitiu o diretor da Contraf-CUT e cipeiro eleito do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Lindiano José da Silva.
A perseguição teve início após manifestação pacífica contra 400 demissões ocorridas na empresa no ano passado. Em todos os protestsos no país foi criticado o uso do interdito proibitório, cujo objetivo é tentar impedir as greves dos bancários, através da fixação, pela Justiça, de multas milionárias aos sindicatos.
Santander usa métodos da ditadura
O presidente do Sindicato, Almir Aguiar, disse, em seu discurso, que a política do Santander lembra os expedientes utilizados à época da ditadura militar, quando tentavam impedir os trabalhadores de se organizarem e lutarem pelos seus direitos.
“Exigimos que o Santander respeite as leis brasileiras da mesma forma que na Espanha”, afirmou. Almir condenou o Santander pelo uso do interdito, uma lei da época da ditadura, para multar os sindicatos e, assim, meter a mão no dinheiro que é do trabalhador, com o claro objetivo de barrar a livre organização sindical.
“Só como exemplo, em julho deste ano, atendendo a uma ação de interdito do Santander, a Justiça determinou o bloqueio e a posterior retirada de R$ 94 mil das contas do Sindicato”, denunciou.