(São Paulo) Se as condições de trabalho que o Unibanco oferece para os bancários brasileiros são lastimáveis, no Paraguai o banco brasileiro consegue explorar ainda mais os seus funcionários. Nesta terça-feira, dia 5, fiscais do Ministério do Trabalho paraguaio fizeram uma inspeção no Interbanco – empresa do Grupo Unibanco – e constataram uma série de irregularidades.
As denúncias foram feitas no dia 28 de agosto pelo Sindicato dos Empregados do Interbanco, que acompanhou a fiscalização junto com o presidente da CUT paraguaia, Jorge Alvarenga. O Ministério do Trabalho deu prazo até esta quinta-feira para que o Unibanco se defendesse e, segundo estimativa do Sindicato, a empresa deve levar uma multa pesada.
Entre as irregularidades, os fiscais constataram que os funcionários do Interbanco estão trabalhando mais de oito horas por dia e não recebem as horas-extras previstas
O Sindicato ainda conta que o Unibanco tem terceirizado serviços tipicamente bancários e registrado seus empregados com outra função para não cumprir o acordo de trabalho da categoria.
Perseguição
Além das péssimas condições de trabalho, o Unibanco acaba de ser acusado de perseguir e demitir irregularmente uma sindicalista paraguaia. Trata-se de Marisol Rojas, do Comitê Executivo do Sindicato dos Empregados do Interbanco.
Segundo a legislação trabalhista do Paraguai, todo trabalhador ganha estabilidade no emprego após dez anos de serviço e não pode ser demitido se não for por justa causa. Marisol tinha 9 anos e 5 meses e foi despedida pelo Unibanco para não ganhar estabilidade.
Segundo o Sindicato, a demissão foi irregular, porque Marisol teria estabilidade especial como dirigente sindical de até seis meses após o término do mandato, conforme a lei do país. “Fizemos também esta denúncia e os fiscais constataram a irregularidade em sua demissão. Vamos aguardar agora o desfecho do caso", afirma Didar Pakravan, diretora do Sindicato paraguaio.
Fonte: Contraf-CUT