O desempenho dos bancos públicos na conquista de mercado de crédito foi destaque neste ano. A oferta de crédito total da Caixa Econômica Federal cresceu 56,1% entre junho de 2008 e junho de 2009. Tal expansão (2,8 vezes superior aos 19,7% observados no Sistema Financeiro Nacional) é resultado da política de corte de juros da instituição.
Apenas no primeiro semestre de 2009, a Caixa reduziu seis vezes as taxas de juros das linhas do crédito comercial para pessoa física e jurídica. A instituição também reduziu os juros nos empréstimos habitacionais com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). As taxas estão entre 8,2% a.a. e 11,5% a.a., acrescidos de TR.
Até 12 de agosto, a Caixa bateu recorde histórico de contratação habitacional, com R$ 23,2 bilhões em crédito – superando os R$ 23 bilhões emprestados em 2008 em 88%. Os recursos beneficiam 455, 1 mil famílias brasileiras. Os financiamentos que utilizam recursos do FGTS somam R$ 10,1 bilhões (166.713 contratos).
Já com recursos do SBPE, os empréstimos alcançaram a marca de R$ 12 bilhões em 268.635 contratos. O investimento da Caixa no setor da construção civil garantiu a geração de mais de dois milhões de empregos e beneficiou cerca de 1,8 milhão de pessoas em todo País.
A Caixa espera encerrar 2009 com empréstimos de mais de R$ 39 bilhões, superando todas as expectativas do setor no início do ano. O saldo da carteira habitacional atingiu R$ 55 bilhões no semestre, valor 71,2% maior do que aquele observado no mesmo período do ano anterior.
O bom momento do setor também influenciou as contratações realizadas dentro do Programa “Minha Casa, Minha Vida” lançado em 13 de abril. Em quatro meses, a Caixa já recebeu 1.312 propostas, o que corresponde a 255 mil moradias. Do total de propostas recebidas, 494 já estão com a análise concluída e representa 90 mil unidades. A instituição contratou 204 empreendimentos, que beneficiarão 32.207 famílias em todo País, no valor total de R$ 2,04 bilhões.
Indústria
Já os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiram R$ 75,1 bilhões – 65% maior do que no mesmo período do ano passado. As aprovações totalizaram R$ 87 bilhões (alta de 49%) e as consultas para novos financiamentos, R$ 136 bilhões (alta de 34%). “Os bancos públicos foram mais agressivos na liberação do crédito, foram em busca de clientes e reduziram as taxas de juros”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O resultado do BNDES, depois de um primeiro trimestre menos expressivo, reafirma o papel anticíclico do Banco no mercado doméstico, como financiador de recursos de longo prazo. A indústria foi a principal responsável pelo aumento nos desembolsos, respondendo por 53% do total liberado nos sete primeiros meses. No período, o setor recebeu R$ 39 bilhões. O valor equivale a uma expansão de 112% em relação aos mesmos meses de 2008.
Os projetos de infraestrutura, igualmente, apresentaram resultados elevados. O desembolso de R$ 25 bilhões, nos primeiros sete meses, representa crescimento de 43% ante igual período do ano anterior e respondeu por 33% do total liberado pelo Banco entre janeiro e julho de 2009.