A Contraf-CUT retomou na tarde desta terça-feira, dia 6, em São Paulo, a mesa temática de Segurança Bancária com a Fenaban. Foi a volta das reuniões da Comissão de Segurança Bancária, prevista na cláusula 42ª da Convenção Coletiva de Trabalho 2009/2010, uma das conquistas da campanha nacional dos bancários do ano passado.
“A retomada do processo de negociação permanente é importante para dialogar com os bancos e buscar soluções para questões fundamentais, como a necessidade de proteção da vida dos bancários, vigilantes e clientes”, destacou o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. “Hoje, por exemplo, um vigilante foi morto em Cambé, no interior do Paraná, quando fazia manutenção de um caixa eletrônico do Banco do Brasil, num posto de gasolina”, apontou, mostrando a necessidade de encontrar saídas para mudar essa realidade.
O representante da Fenaban disse que existem “objetivos comuns e conflitos” entre as partes e que a melhoria da segurança é também uma das preocupações dos bancos. Ele manifestou disposição em discutir as propostas dos bancários e buscar soluções.
Medidas reparatórias
Os dirigentes sindicais propuseram aos representantes da Fenaban e dos bancos uma agenda de reuniões para debater as reivindicações envolvendo segurança da minuta nacional de 2009, começando pelas medidas reparatórias em decorrência de assaltos e seqüestros.
“Apresentamos demandas como atendimento médico, psicológico e segurança ao bancário e a sua família em caso de ameaças, seqüestros e outros ataques a bancos”, salientou o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
Também foi proposto que, no caso de assalto a qualquer agência ou posto de atendimento, consumado ou não, o banco deve fazer comunicação imediata à CIPA e ao sindicato local, com o fechamento do estabelecimento até que as condições de segurança necessárias sejam restabelecidas.
Os bancários defenderam a emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) a todos os funcionários que presenciaram o assalto, consumado ou não, bem como aos vitimados por seqüestro ou extorsão.
Também foi reivindicado que os bancos devem fazer comunicação interna, onde será registrado o assalto, seqüestro ou extorsão, nominando os funcionários presentes e os fatos ocorridos, junto com o Boletim de Ocorrência Policial, com o envio imediato de cópias para a Contraf-CUT e o sindicato local, ficando assegurado o acompanhamento dos desdobramentos pelas entidades.
Ainda foi defendido pelos bancários que, nas ocorrências, o banco designará um advogado para acompanhar o funcionário por ocasião do comparecimento ao órgão policial. Além disso, foi reivindicado que os bancos pagarão uma indenização para todos os empregados que forem vítimas de assalto, seqüestro e extorsão, como medida reparatória em função das condições de insegurança do estabelecimento.
Nova reunião dia 22 de abril
Os representantes da Fenaban e dos bancos ficaram de analisar as propostas e trarão respostas no próximo dia 22 de abril, às 15h30, quando ocorrerá nova reunião da mesa temática de Segurança Bancária.
“O encontro foi positivo, pois os representantes da Fenaban e dos bancos demonstraram interesse em discutir as demandas dos bancários e buscar soluções e nós manifestamos a vontade de construir alternativas para proteger a vida de trabalhadores e clientes”, avaliou Carlos Cordeiro.
“Além das medidas reparatórias, propomos outros temas para discutir com os bancos nas próximas reuniões, como medidas indenizatórias, eliminação de riscos, adicional de periculosidade e segurança nos estabelecimentos, com a perspectiva de formular um plano de prevenção contra assaltos e seqüestros”, ressaltou Ademir.
“Queremos resolver o problema dos assaltos a bancos com ações em conjunto com as instituições financeiras e também com o Estado. A receptividade dos banqueiros de ouvir nossos argumentos foi positiva”, frisou o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Daniel Reis.
Também participaram da reunião a diretora da Fetec-SP, Crislaine Bertazzi, o diretor da Feeb-RS, Lúcio Mauro Paz, o diretor da Feeb-RJ/ES, Pedro Batista Henriques, e o diretor da Fetec-PR, Carlos Alberto Copi.