HSBC diz priorizar Brasil. Bancários cobram melhoria nas condições de trabalho

O HSBC decidiu aumentar sua aposta nos mercados emergentes. Agora, o banco passará a buscar 60% de seu resultado nestes mercados e 40% nos nas economias mais desenvolvidas, ante uma expectativa anterior de 50% para cada lado. A informação é de matéria publicada no jornal Valor Econômico na segunda-feira, dia 22.

A decisão foi tomada em reunião de cúpula dos 55 principais executivos do HSBC de todo o mundo, em Londres. Na prática, enfatiza o texto do Valor, isso significa “colocar mais fichas em países como Brasil e China”.

A cúpula do banco fez uma avaliação bastante pessimista do futuro das economias americana e européia, esperando recuperação somente em “muitos anos”, segundo o diretor global de negócios do banco Shaun Wallis. Por outro lado, os mercados emergentes estão revelando grande resistência segundo a empresa, especialmente a China. “Nesse cenário, nasceu a nova estratégia do HSBC”, segundo o Valor Econômico.

O banco anunciou que os investimentos no Brasil se darão principalmente nas agências Premier. O banco vai investir R$ 70 milhões na abertura de 30 destas agências, elevando o total para cem até o fim do ano. As agências Premier são projetadas para atender clientes que ganham pelo menos R$ 5 mil por mês e que tenham R$ 50 mil disponíveis para investimentos. Com isso, o banco deixa de lado sua responsabilidade para com a sociedade brasileira ao se afastar da meta de bancarização da população. O lucro do HSBC no Brasil em 2008 cresceu 3,5%, para US$ 910 milhões.

Para Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT e funcionário do HSBC, se o banco quer melhorar seus resultados no Brasil, precisa investir na contratação e valorização de bancários. “O banco inglês precisa ‘colocar mais fichas ‘ em seus trabalhadores. Hoje a situação dos funcionários do HSBC é de sobrecarga de trabalho, falta de perspectiva e pressão constante, levando ao desenvolvimento de doenças profissionais. A falta de funcionários é gritante, o que leva o banco ser há mais de um ano líder em reclamações no Banco Central”, avalia. “Enquanto o banco inglês não tratar seus trabalhadores de maneira digna os resultados no Brasil não vão se alterar de maneira significativa”, acrescenta.

Sérgio informa que a Contraf-CUT e o movimento sindical bancário entregarão nesta semana uma carta cobrando do novo presidente do banco no Brasil, Conrado Engel, o agendamento de uma reunião para tratar dos principais problemas dos trabalhadores. “O banco pratica o pior salário do mercado nacional e ainda submete seus trabalhadores a uma pressão enorme, levando vários bancários a pedir demissão”, afirma. “Esperamos que o novo executivo olhe com mais carinho para os funcionários, coisa que ainda não aconteceu desde o estabelecimento do banco inglês no país”, conclui.

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