Os grupos de trabalho dos funcionários do Banco Itaú-Unibanco finalizaram, na manhã desta quinta-feira (8), os debates, realizados durante o Encontro Nacional dos Funcionários dos Bancos Privados. A reunião aconteceu no Hotel Braston, em São Paulo, e apresentou o relatório final com novas propostas dos trabalhadores sobre emprego, saúde, condições de trabalho e os impactos das novas tecnologias.
Os participantes do grupo de trabalho (GT) de novas tecnologias apresentaram novas propostas com relação as agências digitais. Eles reivindicaram o livre acesso nacional dos dirigentes sindicais; a revisão das metas nas agências, que tiveram os seus clientes migrados para agências digitais; a pontuação para funcionários das agências físicas de lotação dos clientes; e a obtenção do perfil do banco e dos bancários para que seja possível avançar nas negociações nacionais vigentes.
O GT de Tecnologia também cobrou a autorização pelo cliente sobre as transferências de contas para a plataforma digital, não mais com migração automática, e o acesso aos trabalhadores das agências digitais nas campanhas de sindicalização e reuniões com os trabalhadores nos locais de trabalho.
A estratégia do grupo visa denunciar a falta de acesso dos dirigentes a esses locais e pretende mobilizar os trabalhadores em geral com forte atuação no Fórum e em diversos setores da sociedade em prol de igualdade de oportunidades e contra o fechamento de agências.
Para Sandra Homeniuk, da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec/PR), as discussões ainda precisam avançar muito em relação ao assunto. “Muitas propostas surgem, mas não temos como barrar as novas tecnologias. Precisamos nos preparar para isso. ”
O GT de Saúde e Condições de Trabalho já se reúne mensalmente para debater os assuntos que envolvem a qualidade de vida do trabalhador. Durante o encontro, Adma Gomes, dirigente da Federação dos Bancários da CUT de São PAulo (Fetec-CUT/SP) e representante do GT de Saúde do Itaú, explicou que muitas das propostas já estão em andamento e em negociações com o banco. “Nós discutimos problemas como: a nova reestruturação do afastamento do trabalhador e a clausula 65, que já obtivemos um avanço com o banco”.
Para Josenilda de Jesus, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro (Seeb/RJ), os sindicatos precisam manter as federações informadas sobre os dados dos trabalhadores. “O sindicato precisa nos abastecer com informações sobre afastamentos e demissões, por exemplo. Quando vamos negociar com o banco, precisamos levar dados concretos, caso contrário seremos ignorados. ”
De acordo com a presidenta do Seeb/RJ, Adriana Nalesso, o debate do grupo de trabalho de emprego foi focado nas ações e apresentou propostas desafiadoras. “Discutimos a mobilização da nossa base. Muita coisa que discutimos já está na minuta e outras já estão sendo negociadas. O grupo ficou focado em como organizar a luta em defesa dos empregos. ”
Os participantes decidiram fazer uma mobilização de trabalhadores em geral com atuação em diversos setores da sociedade. “Vamos fazer a divulgação com panfletagem, palestras na Câmara Municipal, passeatas e criação de um jornal específico para clientes e funcionários Itaú. Até o dia 20 de junho estaremos em período de esquenta e mobilização permanente nas bases para a greve geral de 30 de junho”, exclamou Adriana.
Ao final dos debates, Jair Alves, coordenador do COE Itaú, informou que todas as novas propostas serão encaminhadas em um relatório, junto com a minuta atualizada, para as federações. “Todas as propostas serão encaminhadas e muitas ações tiradas daqui poderão se tornar ações do Comando Nacional. ”
Moção Contra a Reforma Trabalhista
A diretora do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Marisa Stedile, aproveitou o encontro para apresentar uma Moção Contra a Reforma Trabalhista. O pedido é de repúdio ao desmonte do escopo jurídico, conquistado durante muitos anos pela classe trabalhadora, que dá a proteção necessária à relação de trabalho e garantia contra a exploração desenfreada da mão-de-obra.
“O nosso objetivo é entregar essa moção em todas as prefeituras, Câmaras, pois esses representantes tem o poder de contato mais direto com a população”, afirmou Marisa.
O pedido foi aprovado pela maioria dos funcionários do banco Itaú, presentes no encontro. “Ter um documento em mãos é uma coisa mais forte. Nós, como movimento sindical, precisamos nos mobilizar e colher frutos com isso. ”
Candidatos à eleição para a Fundação do Itaú-Unibanco
Os candidatos a eleição para a Fundação do Itáu-Unibanco foram apresentados durante o Encontro Nacional dos Bancos Privados. Das dez federações existentes na Contraf-CUT, nove estavam representadas no encontro. ” Hoje a nossa fundação é a maior em questão de fundo privado e por isso vamos contar em nossa chapa com pessoas que serão responsáveis pela demanda, principalmente, nesse processo importante que é a previdência pública”, explicou Jair Alves.
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