Silêncio dos bancos amplia greve nacional no terceiro dia em Brasília

Bancários paralisam 516 unidades e cobram proposta decente dos bancos

A inércia e o silêncio dos banqueiros, que não negociam com os bancários desde o dia 4, vêm incentivando ainda mais a categoria a reforçar a greve, que nesta quinta-feira (20) entrou no terceiro dia em todo o país. No Distrito Federal, o movimento ganhou adesão de mais trabalhadores e trabalhadoras.

De acordo com levantamento do Sindicato, 516 unidades, entre agências e PABs (postos de atendimento bancário), ficaram fechadas. Isso significa que 90% dos funcionários estão de braços cruzados. É o melhor início de greve dos últimos anos.

“Se os bancos insistem em truques para desgastar os trabalhadores e prejudicar os clientes e usuários do sistema financeiro, os bancários insistirão com força total na greve. Chegou a hora de os trabalhadores mostrarem mobilização”, afirma o diretor do Sindicato Eduardo Araújo, que integra o Comando Nacional dos Bancários e representa os bancários de Brasília nas negociações com os bancos.

“Chega de truques, banqueiros, queremos uma proposta que atenda as reivindicações dos bancários! Enquanto os bancos usarem truques para emperrar as negociações com os trabalhadores, a categoria não medirá esforços para ampliar a paralisação em todas as unidades de todos os bancos”, destaca a diretora do Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) Fabiana Uehara.

Paralisação cresce em todo o país

Assim como em Brasília, a greve também cresceu no restante do país. Nesta quinta-feira, terceiro dia do movimento, as paralisações atingiram 8.527 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados nos 26 estados e Distrito Federal. As informações foram enviadas à Contraf-CUT até as 17h45 pelos 137 sindicatos que integram o Comando Nacional dos Bancários.

No primeiro dia de greve, terça-feira (18), 5.132 agências foram fechadas. Já no segundo dia, as paralisações alcançaram 7.324 agências. O crescimento da greve nesta quinta-feira superou também o terceiro dia do movimento no ano passado, quando 7.672 unidades foram fechadas.

A paralisação também ganhou força na região do Entorno de Brasília. Levantamento do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do DF e Entorno (Sintraf-Ride) aponta o fechamento de 49 unidades, entre agências e PABs. O número representa 80% de adesão da categoria.

Nesta sexta-feira (21), a partir das 14h, o Comando Nacional se reunirá na sede da Contraf-CUT, em São Paulo. “Vamos fazer uma avaliação da greve e discutir estratégias para fortalecer ainda mais o movimento em todo o país, caso a Fenaban continue não dando sinal de vida e mantenha essa postura intransigente em relação às demandas dos bancários”, destaca o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Nova assembleia nesta segunda

O Sindicato convoca todos os bancários e bancárias para nova assembleia nesta segunda-feira (24), às 17h, na Praça do Cebolão, Setor Bancário Sul (SBS), para avaliar, definir os rumos do movimento e analisar uma possível proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

“Não deixe de comparecer à assembleia. Sua participação é fundamental para decidirmos juntos os rumos do movimento. Unidos, somos mais fortes”, salienta a diretora do Sindicato, Rosane Alaby.

As reivindicações dos bancários

● Reajuste salarial de 10,25%.
● Piso salarial de R$ 2.416,38.
● Jornada legal de 6 horas para todos.
● PLR maior.
● Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade.
● Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral.
● Mais segurança.
● Igualdade de oportunidades.

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