Medo e incertezas: é essa a tenebrosa realidade dos trabalhadores do Santander em Rondônia que, na manhã de hoje, receberam a notícia de mais dois colegas demitidos, o que gerou a revolta dos trabalhadores e do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia que, desta vez, fecharam as duas agências do banco espanhol, ambas no centro de Porto Velho, nesta segunda-feira (22).
Essa é a segunda demissão sem justa causa promovida pelo Santander em menos de uma semana. Na última quarta-feira (17), um funcionário com mais de 27 anos de casa foi sumariamente demitido tão logo chegou ao local de trabalho, sem a menor justificativa, e sem aviso prévio. O mesmo aconteceu na manhã desta segunda-feira (22), com outro funcionário com o mesmo tempo de dedicação ao banco recebendo a notícia de que estava perdendo seu emprego. Ainda nesta manhã outro funcionário de carreira, da gerência administrativa, pediu demissão por não suportar mais a pressão do banco para cumprimento de metas ou de iniciativas que põe em risco a harmonia do ambiente de trabalho. Essa já é a oitava demissão de funcionários do Santander em Rondônia neste ano, de um quadro funcional de pouco mais de 50 pessoas nas únicas duas agências do Estado
Para Clemilson Farias, diretor de imprensa do Sindicato, está clara a intenção do Santander em aplicar a famigerada rotatividade, que se resume em 'se livrar' dos funcionários mais antigos e contratar novos funcionários, com salários bem menores que os que estão sendo mandados embora.
"Novamente a gente é surpreendido com essas súbitas demissões injustificadas, e sempre com funcionários que dedicaram décadas de suas vidas trabalhando para o banco. Está claro que o Santander quer extinguir os bancários mais antigos para contratar novos com salários menores e, assim, promovendo a rotatividade que visa somente os lucros. Fica evidente que o banco não tem qualquer receio em demitir e, com isso, confirma que renega a figura do ser humano em troca de lucros e mais lucros", menciona Clemilson Farias, que afirmou que as duas agências continuarão fechadas para atendimento ao público, por tempo indeterminado, até que a direção do banco entre em contato com os representantes sindicais.
O Santander lucrou no Brasil, apenas nos seis primeiros meses de 2016, R$ 3,466 bilhões (crescimento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado) e, mesmo assim, cortou 1369 postos de trabalho, sendo 1.265 apenas neste último trimestre.