Apesar de alardear nos principais jornais do País a realização de um lucro histórico superior a R$ 732 milhões no exercício de 2016, a diretoria do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) deve destinar a seus funcionários a título de Participação nos Lucros e Resultados a irrisória quantia de R$ 43 milhões – cujo rateio, se “per capita”, chega ao diminuto montante de pouco mais de R$ 6 mil para cada. Muito pouco para quem se dedicou o ano inteiro em contratar operações, liberar recursos e recuperar créditos, despendendo suor e esforços em jornadas intermináveis de trabalho sem a merecida contrapartida de pagamento de horas extras.
Enquanto distribui essa mincharia com os seus trabalhadores, a Diretoria do BNB, composta de um presidente e cinco diretores, terá rateado entre seus integrantes o valor de R$ 1,688 milhão, o que representa uma PLR para cada um da ordem de quase R$ 300 mil. O Sindicato dos Bancários do Ceará reconhece a competência e também o trabalho de cada um dos senhores diretores, mas receber em média 50 vezes mais que o que um funcionário recebe já é demais. Um verdadeiro acinte. É de se parafrasear o velho bordão da Escolinha do Prof. Raimundo: o lucro é histórico, mas a PLR ó!
“Reunidos neste final de semana que passou na paradisíaca praia de Porto de Galinhas (PE), a Diretoria do BNB e seus administradores do alto escalão deveriam repensar os modelos de valorização e reconhecimento que adotam em relação ao corpo funcional da Instituição. Planejar estrategicamente é uma tarefa nobre se voltada ao estímulo e motivação do ser humano. Além de conceder remuneração digna e coerente, a Empresa deve propiciar clima organizacional que possibilite aos trabalhadores atuar com tranquilidade e sem sobressaltos, realidade bastante difícil hoje nos bancos federais, alvos de verdadeiro desmonte patrocinado pelo atual governo”, disse Tomaz de Aquino, diretor do SEEB/CE e Coordenador. da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB.