Negocia‡äes com o BB terminam sem avan‡os

(São Paulo) Terminaram em impasse as duas rodadas de negociações realizadas com o Banco do Brasil nesta quinta-feira para debater a Cassi e as reivindicações complementares do funcionalismo. Pela manhã, as discussões sobre a Caixa de Assistência continuaram sem avanços, já que o BB insiste em esconder os números que o levaram a apresentar sua proposta.

 

“A proposta do Banco do Brasil para a Cassi é muito diferente da nossa. Pelos dados que temos e que nos foram repassados pelos diretores eleitos da Caixa, precisamos de no mínimo R$ 850 milhões de receita para sustentar o Plano de Associados. Os números dos eleitos mostram também que a taxa de administração do Plano teria de ser fixada em 12% para um índice inflacionário de 13,75%. Com esses dados, a proposta do BB é insustentável”, afirma Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários.

 

Segundo o dirigente, o Banco do Brasil tem se recusado a apresentar seus números. “Deixamos claro na reunião que a diretoria do BB precisa abrir os dados sobre a Cassi para que possamos negociar e chegar a um denominador comum. Pelos números dos eleitos, a proposta do Banco não viabiliza financeiramente a Cassi. O BB, por exemplo, considera fundamental a co-participação dos associados, que nós somos contra. Ao contrário dos diretores eleitos da Cassi que defendem este princípio. Mas não podemos negociar isso, sem os dados do banco”, destaca Marcel.

 

A Comissão de Empresa também cobrou a implantação do Plano Odontológico. O Banco diz que aceita negociar, mas novamente não apresentou nenhuma proposta durantes as negociações.

 

Reivindicações específicas

As negociações sobre a minuta complementar dos funcionários do BB, entregue no último dia 17, também não avançaram. Um dos principais anseios dos bancários, a implantação de um novo Plano de Cargos e Salários (PCS), não pôde ser negociado porque, segundo o banco, a Lei Eleitoral proíbe mudanças que possam levar a reajustes salariais às vésperas das eleições. As discussões sobre o PCS ficaram para depois de outubro.

 

Na questão da isonomia, a direção do BB jogou um balde de água fria no funcionalismo. Segundo os negociadores, o banco já avançou onde pôde e novas mudanças foram praticamente descartadas pela direção.“A licença-prêmio, por exemplo, foi totalmente negada pelo BB. Não conseguimos respostas para nenhuma das cláusulas apresentadas. Precisamos intensificar a pressão para arrancar novas conquistas do banco”, ressaltou Marcel.

 

Outras pendências, como a regularização do vale-transporte e a o pagamento da verba de R$ 31,80, também continuam. O BB levou um técnico para provar que o vale-transporte está sendo pago corretamente. “Já entramos com uma representação no Ministério Público e vamos aguardar a manifestação dos promotores sobre o caso”, lembra Marcel.

 

A Comissão de Empresa provou para a diretoria do banco que a verba 109, de R$ 31,80, não está sendo paga a todos os funcionários que têm esse direito. O banco ficou de analisar.

 

Acordo prorrogado

Com o início das negociações complementares, o Banco do Brasil aceitou prorrogar as cláusulas do atual acordo até o dia 30 de setembro. A direção do BB se comprometeu a manter as conquistas trabalhistas dos funcionários na Campanha Nacional do ano passado. Com relação à PLR, o banco diz que pretende seguir o que for acordado com a Fenaban, mas manterá a proporcionalidade em relação ao que foi pago no ano passado.

 

Fonte: Contraf-CUT

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