Bancários querem compromisso dos bancos pela diversidade

Apresentado na última segunda-feira, dia 27, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, o Mapa da Diversidade vai servir de base para elaborar propostas que corrijam a discriminação dos bancos contra bancários negros, mulheres e portadores de deficiência. Dentro de alguns dias, a pauta de reivindicações da categoria será entregue para os representantes dos bancos e as negociações começam em seguida.

“Queremos discutir, ao longo das negociações, uma série de mecanismos que promovam a diversidade nos bancos e a igualdade de oportunidades para todos os bancários, independente da cor, do gênero, da orientação sexual. Queremos acabar com a discriminação nos bancos e o objetivo imediato é garantir a inclusão desse compromisso das empresas em nossa convenção coletiva”, explica secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.

Confira abaixo os principais pontos revelados pelo Mapa da Diversidade.

RAÇA

Preconceito para contratar
Apenas 2,3% dos bancários são negros. A grande maioria da categoria (77,4%) é composta por brancos. Outros 16,7% são pardos, 3,3% são amarelos e 0,3% são índios. No estado de São Paulo, 41% dos bancários são homens brancos e 46% mulheres brancas. Apenas 7% são homens negros e pardos e 6% mulheres negras e pardas.

Salários menores
O rendimento médio dos negros (incluindo os pardos) é de R$ 2.870, valor que equivale a 84,1% dos salários dos brancos, que em média ganham R$ 3.411.

Dificuldade na carreira
Há apenas 4,8% de negros e pardos em cargos de diretoria e superintendência. 30,3% dos negros nunca foram promovidos, enquanto entre os brancos este número cai para 22,8%. A maioria das pessoas negras (66,5%) tem até três anos de casa.

GÊNERO

A categoria é equilibrada, 48,4% é composta por mulheres e 51,6% dos bancários são homens. Os bancos privados têm mais mulheres contratadas (50,5%) e os públicos mais homens (55,7%).

Salários menores
As mulheres ganham em média R$ 13,62 por hora, enquanto os homens recebem R$ 17,52, ou seja, elas ganham 78,6% do salário deles. A diferença é registrada mesmo quando se considera cargos iguais, em todos os níveis.

Dificuldade na carreira
Dos cargos mais baixos, 53,3% são preenchidos pelas mulheres, enquanto as diretorias e superintendências são compostas por 81% de homens.

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Os bancos têm 7 mil bancários portadores de deficiência, o que preenche 64% da cota mínima de 5% estabelecida por lei. 49,1% das pessoas com deficiência têm até três anos de casa. Um total de 23,1% dos bancários que respondeu à pesquisa diz que a acessibilidade nos bancos não é adequada.

ESCOLARIDADE

66,5% dos bancários têm nível superior. Incluindo os que estão cursando, este número sobe para 91,6% da categoria. Não há diferença entre o percentual de homens, mulheres e negros que fizeram faculdade ou pós-graduação.

FAIXA ETÁRIA

65,5% dos bancários têm entre 25 e 44 anos, 13,6% têm menos de 25 anos, 19,6% têm entre 45 e 54 anos e 1,3% têm mais de 55 anos. Até 34 anos a predominância é de mulheres.

A PESQUISA

O Mapa da Diversidade foi aplicado em 17 bancos e respondido por 204.133 bancários, o que corresponde a 49,9% dos funcionários dessas instituições. 66,1% dos que responderam a pesquisa trabalham nos bancos privados e 33,9% nos públicos.

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