A votação da proposta de custeio e governança da Cassi termina na próxima segunda-feira (27). Associados podem votar pela internet no site da Cassi, pelo App da Cassi, nos terminais de autoatendimento (exclusivo para aposentados) e os funcionários da ativa também podem votar pelo Sistema de Informações Banco do Brasil (SISBB) nas suas estações de trabalho.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a maioria das entidades de representação dos associados da ativa e aposentados orientam a aprovação da proposta.
Construção da proposta
Os representantes dos funcionários realizaram mais de dez rodadas de negociação, desde o dia 23/1, com representantes do Banco do Brasil e técnicos da Cassi até chegarem a atual proposta (veja abaixo o histórico das negociações).
A Contraf-CUT produziu um O Espelho (boletim dos funcionários do Banco do Brasil) especial, com todas as informações sobre a proposta. Além disso, por meio dos seus sindicatos filiados, realizou diversos debates com milhares de bancários nos seus locais de trabalhos, desde a votação da proposta anterior, intensificando durante a retomada do processo de negociação, na reunião de 23 de janeiro.
“Assistimos muitos debates produtivos entre os defensores da proposta e os contrários. São muitas teses, com as mais diversas interpretações, muitas vezes equivocadas, sobre a redação das novas cláusulas. Neste momento, é importante ler toda a proposta para evitar ser levado a acreditar em argumentos com dados errados, ou mentirosos”, alerta o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Wagner Nascimento. “Defendemos os associados e defendendo a Cassi. Queremos manter nosso plano de saúde com gestão paritária e com os mesmos benefícios”, completou.
Pontos centrais da proposta
- Mantida a relação contributiva: BB 60% e associados 40% até 2022. A parte do banco no custeio contemplará 4,5% sobre a folha de pagamento de ativos e aposentados, 3% para cada dependente de funcionário ativo, mais 10% sobre as contribuições dos ativos a título de taxa de administração, retroativos a janeiro de 2019;
- A parte dos associados da ativa no custeio será de 4% sobre as verbas salariais, mais 1% para o primeiro dependente, 0,5% para o segundo e 0,25% a partir do terceiro, com piso de R$ 50,00 e teto de R$ 300,00 por dependente;
- A parte dos aposentados e pensionistas no custeio será de 4% sobre a soma dos benefícios do INSS mais Previ, acrescido de 2% para o primeiro dependente, mais 0,5% a partir do segundo dependente;
- Fica mantida a mesma forma de custeio para os atuais funcionários ativos e aposentados;
- O Plano Associados será reaberto e os novos funcionários admitidos deste 01/01/2018 podem manter a Cassi após a aposentadoria, desde que assumam o pagamento da parte pessoal e patronal;
- Será instalada mesa de negociação para integrar à Cassi os funcionários dos bancos incorporados em até 30 dias a partir da aprovação do novo Estatuto;
- Não altera o modelo de governança no Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Diretoria. Não se aplica voto de minerva nos conselhos em nenhuma matéria;
- As diretorias dos eleitos e dos indicados permanecem com as mesmas atribuições, com duas alterações: a parte de atuária é dividida entre a Diretoria de Finanças (indicada) e a atual Diretoria de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes (eleita). Fica estabelecido voto de qualidade para o Presidente somente para algumas questões operacionais de competência exclusiva da Diretoria. Não pode ser usado voto de minerva para alterar direitos, benefícios, regulamentos, estatutos, dentre outras questões.
Liquidação do GDI
Durante a mesa de negociação, o Banco do Brasil afirmou mais de uma vez que fará a liquidação do Grupo de Dependentes Indiretos (GDI) pelo valor apurado pela consultoria atuarial da Cassi, abatidos apenas os cálculos de saída do grupo do período entra a apuração do valor a liquidação.
Após a apresentação da proposta final, o banco voltou a reafirmar sobre a liquidação do GDI na mesa das entidades, quando da análise da redação do Estatuto.
Essa liquidação seria vantajosa para a Cassi, uma vez que melhoraria de imediato os índices de solvência e o caixa da entidade, para efeito de análises da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Histórico das Negociações
- 23/01 – Reunião entre BB, Cassi e entidades define retomada da mesa de negociação. Restabelecimento da Mesa de Negociação da Cassi foi reivindicação principal;
- 31/01 – Entidades e Banco do Brasil retomam as negociações da mesa da Cassi. As entidades cobraram do banco a apresentação de uma proposta de custeio para ser levada a debate com as entidades e os associados;
- 07/02 – Negociação da mesa da Cassi tem discussões sobre governança e custeio. Entidades representativas dos funcionários apresentam contraproposta de governança;
- 19/02 – Entidades cobram mais dados da proposta para a Cassi e apresentam sugestões. Números globais e dados detalhados foram pedidos para divulgação aos associados;
- 25/02 – BB detalha nova proposta para a Cassi;
- 27/02 – Entidades recusam proposta por ser pior que a proposta rejeitada na votação;
- 01/03 – Contraf-CUT disponibiliza boletim sobre negociações da Cassi e convoca Jornada de Lutas pela Cassi;
- 08/03 – Entidades reafirmaram premissas sobre governança e pedem mais dados de custeio;
- 7 a 22/03 – Entidades ficam em regime de esforço concentrado nas negociações durante toda a semana em Brasília;
- 18/03 – Entidades apresentam contraproposta de governança, debates sobre custeio e ampliação da Estratégia Saúde da Família (ESF);
- 20/03 – Debates sobre governança;
- 22/03 – Encerrada a semana de estudos e simulações de custeio incluindo a área técnica da Cassi;
- 27/03 – Apresentada Proposta.
Fonte: Contraf-CUT