Os vigilantes de todo o país se solidarizaram com os bancários que entraram em greve na quarta-feira, dia 29. “Damos todo o apoio aos companheiros, pois com os lucros astronômicos obtidos pelos bancos não há justificativa para tanta instransigência”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilabntes (CNTV), José Boaventura Santos (foto). Ele classificou como “deboche” a proposta apresentada pela Fenaban aos bancários.
No dia 23, o Comando Nacional dos Bancários encaminhou ofício à Fenaban, dando prazo até segunda-feira, dia 27, para os bancos apresentarem nova proposta à categoria. Sem qualquer retorno do patrões, o Comando decidiu manter orientação aos 137 sindicatos de bancários que representa em todo o país a rejeitarem, nas assembleias de terça-feira 28, a proposta de 4,29% de reajuste e deflagrarem greve nacional por tempo indeterminado a partir de quarta-feira.
“O silêncio da Fenaban deixa claro que somente a greve quebrará a intransigência dos bancos”, advertiu Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários. “Não há nenhuma razão para os banqueiros rejeitarem as demandas da categoria. Somente os cinco maiores bancos tiveram R$ 21,3 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre. É um crescimento de 32% na média em relação ao ano passado e uma rentabilidade sobre o patrimônio de 25%, graças entre outras coisas ao aumento da produtividade dos trabalhadores.”
Depois de um mês de negociações, a Fenaban apresentou na quarta-feira passada proposta de reajuste de 4,29% (a inflação dos últimos 12 meses medida pelo INPC), rejeitando as reivindicações de aumento real, valorização dos pisos salariais, melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), melhores condições de trabalho e preservação da saúde, principalmente o fim das metas abusivas e do assédio moral, além de medidas que preservem o emprego e protejam a vida.