Valor Econômico: AGEs do Itaú e do Unibanco avaliam fusão

Valor Econômico
Maria Christina Carvalho, de São Paulo

Os acionistas do Itaú e do Unibanco se reúnem hoje em assembléia geral extraordinária (AGE) para aprovar a fusão das duas instituições, que criou o maior banco brasileiro e um dos 20 maiores do mundo. Antes mesmo da assembléia, os dois bancos estão tocando o projeto a todo vapor. Desde o dia 12, Roberto Setubal, presidente do Itaú, foi nomeado presidente também do Unibanco, pelo conselho do banco. Pedro Moreira Salles, até então presidente, passou a vice-presidente do Unibanco e do Itaú. Uma dúzia de diretores do Itaú foram nomeados para o mesmo cargo no Unibanco; e uma dezena de executivos do Unibanco agora são também diretores do Itaú.

Esses movimentos têm por objetivo “já ir administrando o novo banco coordenadamente”, segundo fontes próximas da operação. Quase duas dezenas de comitês de integração trabalham no assunto.

Pela manhã ocorrem as assembléias do Unibanco, da Unibanco Holdings e da E. Johnston Representação e Participações, holding da família Moreira Salles, que controla a Unibanco Holdings; e, à tarde, duas do Itaú. As assembléias do Unibanco e da Unibanco Holdings vão deliberar, entre outros pontos, a aprovação do protocolo e justificação da incorporação de ações, celebrado com o Banco Itaú; e a incorporação das ações das duas sociedades pelo Banco Itaú.

À tarde, nas assembléias do Banco Itaú, os acionistas deliberam sobre sua incorporação pelo Banco Itaú Holding Financeira, que passará a se chamar Itaú Unibanco Banco Múltiplo S.A., e será a única instituição financeira de capital aberto do conglomerado, com ações negociadas em bolsa.

As incorporações de ações são etapas da reorganização societária, que têm por objetivo integrar as atividades dos dois bancos, de acordo com informação divulgada na convocação das assembléias.

Antes disso, a Itaúsa transferiria para o Itaú as ações que possuía da Itaúsa Europa Investimentos SGPS Lda. E na Itaúsa Export S.A. (Export), que detêm todas ações do Banco Itaú Europa, pelo valor de R$ 1,137 bilhão.

Os conselhos dois bancos também tomaram medidas para uniformizar procedimentos. O Unibanco e a Unibanco Holdings, por exemplo, ampliaram o número máximo de membros do conselho de administração e do comitê de auditoria para 14 e 8.

Antes de votar a incorporação de ações, os acionistas apreciarão outros pontos. No Unibanco, o aumento do capital social de R$ 8 bilhões para R$ 11 bilhões com a capitalização de reservas. Na Unibanco Holdings, haverá a re-ratificação de capitalização aprovada anteriormente. E no Itaú, o cancelamento de ações em tesouraria e elevação do capital autorizado.

O fato relevante também esclarece que o valor econômico atribuído ao Unibanco na operação de R$ 29,4 bilhões, equivalente a 2,28 vezes o valor patrimonial de R$ 12,9 bilhões em 30 de setembro, foi apurado em análises do Rothschild, Morgan Stanley e Hirashima & Associados.

O patrimônio líquido do Itaú Unibanco Banco Múltiplo será de R$ 51,7 bilhões. Levando em conta o aumento de capital com incorporação de ações, variação de participação acionária e os efeitos contábeis e fiscais haverá um impacto positivo R$ 8,1 bilhões nos resultados do Itaú Unibanco e de R$ 2,5 bilhões na Itaúsa.

Os custos com a realização da operação serão de aproximadamente R$ 25 milhões, incluindo as despesas com publicações, auditores, avaliadores, assessores financeiros, advogados e outros profissionais técnicos.

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