A proposta do setor que mais lucra na economia brasileira deixou indignados seus empregados. Os bancos, que viram seu resultado crescer mais de 20% nos primeiros seis meses deste ano, querem pagar aos bancários somente 0,37% de aumento real nos salários, na PLR e nas verbas como tíquetes e auxílios. A reação dos trabalhadores foi à altura. Em assembleia realizada na quinta-feira 22, mais de mil bancários decidiram, por unanimidade, rejeitar a proposta e iniciar greve no dia 27.
“Tentamos, desde 12 de agosto, quando entregamos a pauta à federação dos bancos, resolver a Campanha Nacional Unificada por intermédio da mesa de negociação. Mas pelo oitavo ano consecutivo, os banqueiros estão empurrando os bancários à greve”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira.
A dirigente, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional que negocia com os representantes dos bancos, critica a proposta apresentada no último dia 20. “O índice de 0,37% praticamente não é aumento real e não há propostas para a valorização dos pisos, para PLR maior ou para melhorar as condições de trabalho. Na mesa já informamos aos bancos que indicaríamos aos trabalhadores a rejeição da proposta na assembleia”, explica.
Rodada de sexta
Os bancos marcaram uma nova reunião para esta sexta-feira. “Vamos ouvir o que vão dizer. É a última oportunidade que têm para apresentar uma proposta que valorize a categoria que todos os dias constrói o imenso lucro do setor. Não podem voltar para a mesa novamente sem proposta decente. No dia 26 os bancários fazem nova assembléia para organizar a greve por tempo indeterminado. Estamos prontos para paralisar as atividades nos bancos públicos e privados de todo o Brasil”, completa a presidenta do Sindicato, reforçando que as direções do Banco do Brasil e da Caixa Federal também têm de apresentar propostas dignas aos funcionários nas negociações específicas.