Gerente-geral de agência usou sessão de filme para pressionar funcionários
“Esqueçam a família, metas em primeiro lugar”. A fala usada durante performance teatral, realizada nesta quarta-feira 7, sintetiza a situação vivida cotidianamente pelos funcionários da agência Empresarial Centro do Banco do Brasil, em São Paulo, que sofrem ameaças constantes do gerente-geral.
A peça ilustrou o assedio praticado pelo gestor contra o bancário e as implicações negativas na vida pessoal dos trabalhadores.
“Na agência, o gerente chegou ao limite de realizar sessões de cinema com trecho de um filme, cujo mote da cena é a busca por metas e pelo sucesso a qualquer preço, mesmo que isso prejudique a saúde e a vida pessoal dos trabalhadores”, denunciou o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Paulo Rangel.
Os sete primeiros minutos do filme “Sucesso a qualquer preço”, da década de 1990, foram utilizados pelo gestor para cobrar mais empenho dos bancários na corrida para bater metas. O trecho foi passado durante o protesto, realizado no centro de São Paulo.
O Sindicato, ao denunciar a prática durante ato em frente à agência, apresentou para a população a verdadeira versão do que ocorre no dia a dia com os bancários: assédio moral e opressão por parte do gerente, que busca modelo de gestão falido, como define Rangel.
“Se o gerente tivesse passado o filme inteiro, pelo menos a mensagem seria outra, pois o filme critica exatamente o modelo de gestão apresentado no início, além de mostrar que o neoliberalismo da década de 90 é um sistema falido”, disse.
O dirigente sindical explica que o Sindicato já recebeu outras denúncias relacionadas ao mesmo gerente-geral da agência Empresarial Centro. “Ele já foi denunciado à Superintendência Comercial, à Diretoria de Gestão de Pessoas e à Diretoria Comercial, mas nada foi feito para melhorar a situação. O ambiente de trabalho só piorou, até mesmo com ameaças de mudança de local de trabalho”, relatou, destacando que o canal de denúncia deve ser o Sindicato, por meio do instrumento de combate ao assédio moral.
A direção do banco, após diversas reivindicações do funcionalismo, aderiu ao instrumento na campanha deste ano. “Foi muito importante para os trabalhadores, mas agora precisamos cobrar a formalização da assinatura do documento para fazer valer a conquista dos bancários.”