Sobra disposição para greve no CAT do Itaú Unibanco apesar da pressão

Contingenciamento, helicópteros, interditos proibitórios e força policial foram alguns dos elementos usados pela direção do Itaú Unibanco nesta sexta-feira dia 1º para impedir os trabalhadores de exercer seu legítimo direito de greve.

De madrugada, às 3h30, já era longa a fila de táxis parados em frente ao portão principal do Centro Administrativo Tatuapé (CAT), em São Paulo. Dos veículos, desembarcavam bancários forçados a chegar ao trabalho de madrugada para furar a greve. É o contingenciamento.

“Somente das 3h30 às 5h, mais de 300 bancários chegaram nos táxis, era um atrás do outro”, relata o dirigente sindical da Fetec-CUT/SP Sergio Lopes, o Serginho. Ele diz que os bancários mostraram apoio à greve. “Os que foram chegando após o dia amanhecer ficavam do lado de fora, mostrando mobilização, não queriam entrar”, disse.

Já um outro grupo de bancários não tinha muita escolha entre cruzar ou não o portão do complexo, pois estavam sendo trazidos pelo ar. “Os helicópteros não paravam de chegar. Eu contei pelo menos 50 pousos” diz o diretor executivo do Sindicato André Luis Rodrigues.

Segundo Serginho, os bancários que estavam do lado de fora do CAT fazendo greve começaram a ser assediados pelos celulares por gestores para irem de táxi até o Centro Tecnológico Operacional (CTO), que fica na Avenida do Estado – pagando a corrida do próprio bolso. “Chegando no CTO, eles ou eram colocados para trabalhar lá mesmo ou trazidos de helicóptero para o CAT”, disse.

Interdito e PM

Logo no início da manhã começaram os boatos de que um oficial de justiça chegaria com um interdito proibitório que impediria os dirigentes de ficar em frente ao portão de entrada do CAT.

“Os bancários não queriam entrar, mas a chegada do interdito e, depois da polícia, às 11h, deixou todo mundo um pouco intimidado. Os PMs fizeram um corredor humano que deixou todos constrangidos a entrar. Dava para ver na cara de todos o descontentamento”, disse Serginho, cumprimentando os bancários pela disposição de luta. “Vamos fortalecer o movimento na próxima semana.”

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