O Sindicato dos Bancários do Rio participou de audiência pública na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na última terça-feira, dia 29 de junho, para denunciar a falta de condições de trabalho em agências do Itaú Unibanco. Participaram do encontro o presidente da entidade, Almir Aguiar, e vários diretores.
Os sindicalistas criticaram o funcionamento de unidades que estão em condições precárias em função de obras realizadas devido à fusão dos dois bancos que formam hoje o Itaú Unibanco Holding. Os funcionários denunciam que estão sendo obrigados a trabalhar em meio a poeira, fiações soltas, barulho de marteladas, colocando em risco a saúde e a segurança de bancários e clientes.
“Recebemos denúncias de funcionários que sofrem de rinite e tiveram seu problema agravado em função das obras nos locais de trabalho. A direção do banco cria inúmeras dificuldades na emissão das Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e ainda é responsável por situações que causam doenças nos funcionários”, critica Almir Aguiar.
O Sindicato propôs que todos os bancários dessas agências sejam transferidos para outros unidades até o término das obras. “Tornamos público o problema porque entendemos que a empresa precisa tomar uma providência imediata para garantir boas condições de trabalho”, acrescenta Almir.
Compromisso internacional
A diretora do Sindicato Adriana Nalesso também criticou o banco. “O Itaú Unibanco tem que ter responsabilidade com a saúde dos trabalhadores e da população. É inaceitável que uma empresa que lucra mais de R$ 10 bilhões (2009) submeta funcionários e a população a condições desumanas”, disse.
Além de desrespeitar a categoria, o banco descumpre um acordo internacional de direitos humanos e trabalhistas assumido pela empresa com um programa da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2000, o Unibanco assinou um compromisso com o programa Global Compact, que reúne princípios com o objetivo de orientar decisões empresariais com foco em ações de meio ambiente, direitos humanos e trabalho.
Alerj vai fiscalizar banco
O Sindicato vai agora encaminhar à Comissão de Trabalho da Alerj a relação das agências que estão em situação precária. O deputado Paulo Ramos (PDT), presidente da Comissão, prometeu, a pedido dos bancários, realizar uma fiscalização nas unidades. Caso o problema não seja solucionado, vai encaminhá-lo ao Ministério Público do Trabalho. O parlamentar disse ainda que vai agendar uma reunião com a direção do banco e com o Sindicato para tentar solucionar o problema.
“Espero que a solução venha através de negociação ou teremos de tomar providências mais duras”, conclui Almir.