A agência do Santander na rua do Imperador ficou fechada até meio-dia nesta quarta, 18. O protesto, contra as demissões, se integra ao calendário nacional. No local, o Sindicato realizou reunião com os bancários, que foram informados sobre o processo de negociação, atropelado pelo banco, e sobre as propostas do movimento sindical. Encerrado o ato no Santander, os dirigentes sindicais percorreram as agências do Real do Imperador até a Conde da Boa Vista.
Os trabalhadores denunciam o descaso do banco espanhol com as negociações. Em janeiro, 400 funcionários foram colocados na rua. Os cortes atropelaram um processo de negociação que vem ocorrendo entre empresa e trabalhadores justamente para encontrar alternativas que evitem as demissões.
De acordo com Aluízio Lira, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e representante do Nordeste na Comissão de Empregados do banco, as demissões não estão restritas a São Paulo ou Curitiba. Na última semana, cinco bancários do Centro Operacional do Recife foram demitidos de uma só vez. Já houve demissões, também, nos setores de auditoria, jurídico e de contabilidade. “Queremos retomar o processo de negociação e buscar soluções que garantam o emprego dos trabalhadores. A última rodada de diálogo ocorreu no dia 6 de janeiro e foi atropelada e desrespeitada pelo banco com o anúncio das 400 demissões”, afirma Aluízio.
Entre as propostas apresentadas pelos trabalhadores para gerar vagas e evitar demissões está o incentivo ao desligamento do trabalho para os bancários que já se aposentaram pelo INSS ou que reúnem condições para isso. Incentivo que viria, por exemplo, sob a forma de extensão de planos de saúde e vale-alimentação, por um prazo determinado. Outra proposta é a licença remunerada para quem está prestes a se aposentar. O programa desligaria do trabalho o funcionário que está em vias de completar o tempo para aposentadoria, mas o banco continuaria pagando salário e benefícios.
Os empregados criticam, ainda, a falta de clareza quanto ao balanço do banco. O Santander publicou dois balanços, mas os números não batem com declarações do próprio presidente do Grupo no Brasil, Fabio Barbosa, nem com afirmações feitas pelo presidente mundial, Emilio Botín, quando esteve no Brasil, em outubro do ano passado. O valor é pelo menos R$ 2 bilhões inferior ao anunciado anteriormente. Por conta disso, a empresa já anunciou que não pagará o adicional à PLR – Participação nos Lucros e Resultados.