O Sindicato dos Bancários de Alagoas enviou ofício à Polícia Federal solicitando a autuação do Bradesco por transporte irregular de valores. O documento entregue à Delegacia de Segurança Privada (Delesp) denuncia que o banco vem utilizando bancários para transportar numerários, o que aumenta a possibilidade de assaltos e gera risco à vida dos trabalhadores.
“A prática do Bradesco tem sido generalizada”, afirma o ofício. Os valores, que variam de R$ 30 mil a R$ 150 mil, são transportados a pé, de táxi ou nos veículos dos próprios funcionários, sem qualquer segurança. O dinheiro vai das agências para os bancos postais, dos bancos postais para os Postos Avançados de Atendimento (PAA), e das agências para os Postos de Atendimento Bancário (PBA) e Postos de Atendimento Eletrônico (PAE).
Essa prática, além de irracional e lesiva aos bancários, fere frontalmente o artigo 25 da Portaria 387/2006, expedida pelo Ministério da Justiça e o Departamento de Polícia Federal. Segundo o dispositivo, o transporte de numerário acima de 20 mil UFIR (cerca de R$21 mil) deve ser feito em veículos especiais, e mesmo quando o valor for inferior é necessário uma empresa especializada, com a presença de dois vigilantes.
Na denúncia contra o Bradesco, o sindicato lembra à PF que o banco é reincidente. Em 2003, por exemplo, após denúncia da entidade sindical, agentes federais flagraram e detiveram um funcionário que trazia numerário para a agência central, vindo de táxi, da cidade de Murici.
O sindicato pede aos bancários dos demais bancos que também denunciem essa prática ilegal, caso esteja acontecendo em suas agências. Para tanto, não é preciso se identificar. Os contatos devem ser feitos com a diretora Miriam Albuquerque (9925-6372).
É fundamental que todos reajam, antes que algo ruim aconteça. A violência não acontece só com os outros. A vítima pode ser qualquer um, a qualquer momento.