Os 230 banrisulenses que participaram do 1º Seminário Nacional sobre Plano de Carreira, realizado no último sábado, dia 28, em Porto Alegre, aprovaram as propostas iniciais apresentadas pelo Grupo de Trabalho Carreira. Criado em abril deste ano, o GT Carreira segue os passos do GT PCS Caixa, que elaborou o Placar, um conjunto de propostas a partir das expectativas dos empregados para construção do novo Plano de Cargos e Salários na Caixa Econômica Federal.
O GT Carreira é composto por delegados e dirigentes sindicais do Banrisul, dois banrisulenses da ativa, e assessorias técnicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Dieese. O grupo tem realizado reuniões semanais na Fetrafi-RS, a fim de subsidiar os debates da Comissão Paritária sobre Quadro de Carreira no Banrisul, que é integrada por representantes do Banco e do movimento sindical.
As propostas elaboradas pelo GT foram baseadas nos principais problemas apontados pelos funcionários do Banrisul nos fóruns deliberativos do segmento. De acordo com o estudo preliminar do GT, a defasagem do Quadro de Carreira, criado há 53 anos, exige a definição de novas projeções de salário e de progressão profissional no banco.
O GT também propõe que o novo Plano contemple a democratização das relações de trabalho, a visão de banco público e melhore as condições profissionais.
Veja algumas das propostas aprovadas no Seminário:
· Definição de novos critérios para mudança de função e cargos;
· Transparência no comissionamento;
· Determinação de novas regras para as promoções por merecimento e antiguidade;
· Isonomia na concessão do anuênio;
· Transversalidade entre as carreiras administrativa, comercial e direção geral;
· Perspectivas de crescimento horizontal;
· Melhoria do piso de ingresso;
· Possibilidade de ascensão e crescimento profissional;
· Mudanças nos critérios de metas, cálculo e distribuição da remuneração.
Mesa de abertura
A mesa de abertura do evento foi coordenada pelos diretores da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha e Denise Corrêa. Em suas manifestações os diretores destacaram a importância do envolvimento massivo dos banrisulenses no processo de debate e elaboração do novo Plano de Carreira.
“Foi a partir de muita luta que conseguimos retomar o debate sobre o quadro de carreira com a direção do Banrisul. Finalmente, estamos pensando juntos a construção de uma proposta, que dará visibilidade às perspectivas dos trabalhadores. O encontro de hoje é o passo inicial de uma caminhada, que deve culminar com a implantação de um quadro de carreira que não só permita a ascensão profissional, mas que contemple com justiça o empenho do banrisulense ao longo de sua trajetória na instituição”, salientou Rocha.
Denise ressaltou a importância histórica da luta por um novo quadro de carreira no Banrisul. “A efetivação da discussão sobre quadro de carreira através de uma comissão paritária, sempre foi o primeiro item de reivindicação da nossa pauta específica. Buscamos sempre viabilizar um processo democrático de debate. Não vamos discutir apenas tabelas e progressões salariais, mas sim concepções e a principal delas é a concepção de evolução de carreira numa instituição pública”, explicou a dirigente sindical.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), Juberlei Baes Bacelo, o eixo central do debate sobre quadro de carreira é a valorização dos trabalhadores. “O movimento sindical gaúcho já tem uma tradição de vanguarda nas discussões sobre quadro de carreira nos bancos públicos. O trabalho feito pelo GT PCS Caixa, que teve como resultado prático a edição do PLACAR, foi um exemplo claro de participação democrática e efetiva dos trabalhadores na elaboração de propostas neste processo. Temos que construir um quadro de carreira com este olhar sobre uma empresa pública forte, onde os funcionários tenham orgulho de continuar trabalhando”, enfatizou Juberlei.
O presidente do Banrisul, Túlio Zamin, destacou que o Banrisul está ciente da importância do debate sobre o Quadro de Carreira. “Não será uma tarefa fácil, é uma equação difícil de resolver. Teremos que pensar nas consequências das nossas decisões. Sabemos que o quadro é um pilar importante, que mostra como o corpo funcional se relaciona com a instituição. Por termos esta compreensão, vamos disponibilizar todas as condições para produção dos melhores resultados. Ser um banco público significa estar a serviço da sociedade, por isso, desejo para este processo de contrução do novo quadro: sucesso, serenidade, diálogo, diálogo e diálogo”, finalizou o presidente do Banco.
Já o diretor de Previdência da Fundação Banrisul, Fábio Alves, disse que a entidade também irá acompanhar o processo de elaboração do novo quadro de carreira no Banrisul. “Colocamos nossos técnicos à disposição da Comissão Paritária para sabermos qual o impacto financeiro que as mudanças do novo quadro irão gerar. Entendemos que quanto mais justo for o quadro de carreira, mais justos serão os benefícios. Por outro lado, vamos trabalhar para superar o distanciamento que ocorreu entre a Fundação e seus participantes nos últimos anos”, observou Fabinho.