Reunidos em assembleia realizada no final da tarde do dia 29/9, os bancários do Ceará deliberaram pela continuidade da greve nessa quinta-feira, dia 30.
Os diretores do Sindicato dos Bancários do Ceará foram unânimes em ressaltar a crescente adesão dos bancários à greve. O diretor Ribamar Pacheco destacou, principalmente, a forte mobilização nos bancos privados e convocou todos para fortalecer ainda mais o movimento.
O diretor do SEEB/CE e funcionário do Banco do Brasil, Bosco Mota, enfatizou a importância da mobilização e unidade de todos os bancários para arrancar da Fenaban e das direções dos bancos públicos novas propostas. “Todos nós sabemos que só vamos alcançar nossas reivindicações se demonstrarmos nossa força e a hora é essa”, convocou.
A próxima assembleia para avaliação da greve acontece na segunda-feira, dia 4/10, às 17h, na sede do Sindicato. Nos dias 30/9 e 1º/10 serão realizadas reuniões organizativas para mobilizar a categoria.
Adesão forte – No Ceará, a greve no primeiro dia foi forte na Capital, mas com muitas adesões de bancários no Interior. As maiores paralisações ocorreram principalmente no Banco do Brasil e Caixa. Mas, foi significativa também no Banco do Nordeste e nos bancos privados fechando algumas agências importantes do Santander, HSBC, Bradesco e Itaú. Nesta quinta-feira, a greve vai continuar ganhando novas adesões na Capital e no Interior.
Os diretores do SEEB/CE explicaram à população quais eram as principais reivindicações dos bancários. Marcos Saraiva, diretor da entidade, enfatizou que as reivindicações da categoria não ficam restritas à remuneração dos trabalhadores, mas também abrange melhorias nas condições de trabalho, fim de metas abusivas e mais contratações, o que reflete no atendimento aos clientes. “Nós temos que estar a serviço da sociedade brasileira. O Gestor da Caixa não pode dizer que presta um bom serviço ao público. É preciso acabar com o assédio”, disse.
O diretor do SEEB/CE e empregado da CEF, Áureo Júnior, lembrou que o sistema financeiro é o mais lucrativo de todo o País e esse lucro não é compartilhado de forma igualitária com os bancários. “É inadmissível na medida em que os trabalhadores foram que desenvolveram os grandes lucros!”.
Base está unida – O bancário da agência da Caixa da Praça do Ferreira, José Elder Mendonça, acompanhou a movimentação do primeiro dia de greve. Na sua avaliação, a greve é única forma que os bancários têm para não aceitarem a intransigência dos bancos em relação às reivindicações dos trabalhadores. “Essa é só a linguagem que os banqueiros entendem, pois mexe com os bolsos deles. Todo ano eles só entendem as nossas reivindicações através da greve”, disse.
Na agência do Itaú da Rua Major Facundo, no Centro da Capital, o diretor do SEEB/CE, Ribamar Pacheco, afirmou que foram feitas todas as formalidades necessárias nas negociações, mas estas terminaram sem sucesso. Já a diretora do Sindicato, Elvira Madeira, afirmou que na Caixa não há gente suficiente trabalhar e que acima de tudo a agência quer atender bem a população ao se referir ao projeto “Minha Casa, Minha vida”. Elvira disse que atualmente no banco há o “minha casa, minha vida, minha agência entupida”. Ela lembrou o precário atendimento com apenas dois guichês atendendo, embora a agência conte com quatro guichês.
O delegado sindical do Edifício Sede da Caixa, Edson Alan, afirmou que a manifestação demonstra a indignação dos bancários. Ele apontou como principais problemas a perca salarial e o estresse devido à pressão por metas inatingíveis.