Líderes partidários da Câmara dos Deputados e do Senado reuniram-se na quarta-feira (14) para tentar definir o reajuste das aposentadorias de valor acima de um salário mínimo, mas não chegaram a um acordo sobre o índice. A Medida Provisória 475/09, que trata desse assunto, deverá ser incluída na pauta do plenário no próximo dia 27.
O líder do governo e relator da Medida Provisória , deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP), defende um índice de 7% e tem o apoio do PR, com ressalvas; já partidos como PDT, PSB e PCdoB querem um reajuste de 7,71%.
A MP original estabelece um aumento de 6,14%, mas, na semana passada, senadores governistas e representantes dos aposentados negociaram um índice de 7,71%. No entanto, Vaccarezza afirmou que o seu relatório estabelecerá os 7%. Qualquer valor aprovado será retroativo a 1º de janeiro.
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP) disse que o governo será derrotado se insistir nos 7%. “Nós acreditamos que Lula não vai vetar os 7,71%, porque a diferença é muito pequena – de R$ 600 milhões, muito pouco para o orçamento da Previdência, de R$ 400 bilhões”, disse.
“Há muito tempo o aposentado não tem ganho real; não teve com Fernando Henrique e Lula só agora tomou a decisão de recuperar essas perdas”, disse o deputado Daniel Almeida (PCdoB/BA). Segundo ele, o bloco PSB-PDT-PCdoB-PMN-PRB é favorável à proposta das centrais sindicais, que dá ao aposentado 80% do PIB, equivalentes a um reajuste de 7,7%.
Em São Paulo, durante o 21º Congresso Brasileiro do Aço, Lula não manifestou a decisão tomada. “Quando chegar à minha mesa, tranquilamente, vou tomar a decisão sobre o que fazer”, disse. Prometendo não fazer injustiça com os aposentados, ele alega ter de considerar as contas da Previdência Social.