Seguradora do BB: Brasilveículos bate recorde e entra no clube do bilhão

Valor Econômico
Altamiro Silva Júnior, de São Paulo

A BB Seguro Auto/Brasilveículos, seguradora do Banco do Brasil para o mercado de automóveis, entrou para o clube do bilhão. No melhor ano de sua história, a empresa fechou 2008 com prêmios retidos de R$ 1 bilhão, graças ao crescimento de 23% nas vendas de seguros. O retorno sobre o patrimônio foi de 58%. O balanço da companhia será divulgado hoje ao mercado.

A Brasilveículos registrou lucro líquido de R$ 175 milhões no ano passado, número que inclui a venda de ações que tinha de uma empresa do grupo Telemar, que somou cerca de R$ 120 milhões. A frota segurada ultrapassou a marca de 800 mil veículos, também recorde na companhia.

A crise não afetou os resultados da empresa. Em dezembro, em um dos piores momentos para o mercado de veículos, a Brasilveículos registrou vendas de R$ 111 milhões, o melhor resultado mensal de seus 11 anos. Foram nada menos que 96 mil apólices emitidas, muitas delas para carros usados.

Com a crise e o aumento de sinistros, a seguradora ficou ainda mais conservadora em 2008. Aumentou as reservas técnicas em 21,5%, para R$ 747 milhões. O número é 30% acima do mínimo exigido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Em um dos piores momentos de 2008 para o mercado de automóveis, perdeu 800 veículos com as chuvas de granizo em Belo Horizonte, no início do ano. Nas enchentes em Santa Catarina, Estado onde tem 45 mil veículos, a seguradora também foi afetada, mas as perdas foram menores que as da capital mineira.

Para 2009, a seguradora começa a trabalhar com corretores de seguro especializados. Inicialmente, a ideia é trabalhar só com pessoas jurídicas. Até agora, vinha usando o canal de vendas das agências do BB e chegou a ser criticada pelos corretores no passado. A Brasilveículos terminou em janeiro um teste piloto com corretoras em algumas capitais, como Goiânia, São Paulo e Curitiba.

Julio Cezar Alves de Oliveira, presidente da seguradora há 3 anos, avalia que o uso dos corretores pode melhorar as vendas de seguros este ano na Brasilveículos e reforçar sua atuação no mercado de carros novos. A corretora é forte na venda de apólices para carros usados.

A seguradora do BB estava em novembro em sexto lugar no ranking das maiores no mercado de veículos (uma posição a mais que em 2007). Pelos cálculos do executivo, deve fechar janeiro na quinta posição. “Vamos fazer tudo para manter o mesmo ritmo de crescimento de 2008.”

A estratégia desenhada para 2008 era ganhar mercado no Estado de São Paulo, região onde era praticamente desconhecida. Os números mostram que a estratégia deu certo e, segundo Oliveira, vai continuar em 2009. Enquanto o mercado na região cresceu 10% em prêmios, a Brasilveículos aumentou as vendas em 18,5%, considerando os dados até novembro, os mais recentes da Susep.

Com a aquisição da Nossa Caixa pelo BB, Oliveira avalia que a seguradora vai ter ainda mais espaço para crescer na região, pois aumenta a rede do banco em São Paulo. A seguradora promete inaugurar na cidade um centro automotivo, para reparo de sinistros, avaliação do veículos e relacionamento com o segurado. A cidade de Ribeirão Preto também vai ganhar um centro.

Um dos destaques de venda em 2008 foi o seguro de carro econômico, com preços que chegam a ser 30% menores que nas apólices tradicionais. Foram vendidas 13 mil apólices. A cobertura foi reformulada e passou a incluir carros de sete a 20 anos de uso, ignorados pelas outras seguradoras. Os contratos são fechados em regime de coparticipação com o proprietário do veículo, por isso custam menos.

A seguradora, além dos corretores, vem buscando novas formas de chegar aos clientes. Lançou em agosto do ano passado um portal com informações pelo celular. Na internet, o site foi reformulado e já responde por 12% das vendas para clientes do BB.

A Brasilveiculos é uma sociedade do BB com a SulAmérica. Comenta-se no mercado que o BB estaria interessado em comprar a participação da SulAmérica. Olveira não comenta o assunto. “É uma questão do banco.”

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