Seeb-MT paralisa Itaú contra demissão de bancária vítima de assédio moral

A maior agência do Banco Itaú no estado de Mato Grosso, sediada na rua Barão de Melgaço, no centro comercial de Cuiabá, foi alvo de protesto contra assédio moral ontem pela manhã.

Sindicalistas e bancários fecharam a agência por uma hora, das 11h às 12h, em repúdio à decisão do banco que demitiu uma funcionária do Departamento de Atendimento à Pessoa Jurídica (Empresa 03) por ter denunciado seu chefe ao Sindicato dos Bancários de Mato Grosso.

Durante o período, os funcionários estiveram reunidos com representantes do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb-MT) para discutir questões salariais, direitos e como agir em caso de assédio no trabalho.

O chefe da ex-bancária, conforme apurou o sindicato e o próprio Itaú, praticava o crime de assédio moral classificando funcionários como burros, incompetentes e proferindo palavrões contra os colegas de trabalho.

Conforme Natércio Brito, funcionário do Itaú e diretor de formação sindical, o banco instaurou procedimento e chegou a enviar uma comissão de ética ao Departamento para ouvir os funcionários.

Segundo Brito, 25 funcionários que trabalham no setor e que já haviam trabalhado com o gerente em outras agências o acusaram de ser um assediador moral. Diante da constatação, diz o sindicalista, o banco firmou um acordo com o sindicato que previa a transferência do chefe para outra agência.

Além de transferi-lo, observa Natércio, o Itaú teria sugerido que o gerente fizesse um tratamento psicológico. O que não estava previsto, reclama o sindicalista, era a demissão da funcionária. Ela foi mandada embora assim que venceu a estabilidade de seis meses da licença maternidade.

Para o sindicato, ao demitir a funcionária o banco descumpriu o acordo e puniu, não o autor, mas a vítima do assédio. Enquanto a trabalhadora tem que recorrer à Justiça em busca do reparo dos danos que sofreu, o autor trabalha normalmente em uma agência da empresa no município de Rio Verde, em Goiás.

“Nosso protesto é pela quebra de acordo. Era para o banco ter reeducado o gerente e, se fosse o caso, mudado a funcionário de setor, pois sabemos que há vagas em outras áreas das unidades da empresa na Capital”, protesta Natércio Brito.

A direção do banco Itaú se limitou a divulgar uma nota e classificou a conduta do acusado de assédio moral apenas como comportamento inadequado: “Em referência aos protestos ocorridos em Cuiabá (MT), o Itaú informa que não houve nenhum tipo de retaliação à colaboradora em seu desligamento. A denúncia por ela apresentada, de comportamento inadequado – e não assédio moral -, ajudou na construção de melhor ambiente de trabalho, inclusive com participação e colaboração do sindicato local”, traz o texto.

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