São Paulo: bancários protestam no HSBC contra desconto na PLR

Sete agências do HSBC em diversas regiões de São Paulo e em Osasco tiveram seu horário de abertura atrasado na manhã desta quarta, dia 4, em protesto contra a decisão do banco de descontar do pagamento da PLR os valores já pagos durante o ano de 2008 a título de PSV (antigo PTI). O desconto pegou todos de surpresa e houve casos de bancários que receberam valores até oito vezes menores do que esperavam. Os protestos aconteceram também em todo o país e foi dada preferência para agências Premier, que têm altos investidores entre seus clientes.

> Fotos : galeria de imagens da manifestação

“Sabemos de casos de gerentes que, por contarem com o dinheiro que não veio, acumularam tantas dívidas que estão chegando ao limite de pedir ao RH para serem demitidos. A intenção é receber as verbas rescisórias e com elas acertarem sua situação, jogando fora muitos anos de banco”, afirma Sérgio Siqueira, diretor da Contraf-CUT, presente à manifestação.

Palhaços? – Durante os protestos desta quarta, os bancários usaram narizes de palhaço como forma de mostrar sua indignação. “Só assim para explicar o fato de nos matarmos para cumprir as metas e depois não recebermos o combinado por elas”, diz o diretor do Sindicato e funcionário do banco Paulo Rogério Cavalcante Alves. Ele destaca a total adesão dos funcionários das agências que fizeram parte dos atos desta quarta. “Todos esperam que o banco repense sua atitude absurda e crie algum tipo de reparação financeira para os bancários. Estamos pressionando para que a direção do HSBC marque o quanto antes uma negociação específica para tratar deste tema”, diz o sindicalista, lembrando que o “presente de grego” dado pelo HSBC forçou uma avalanche de cheques sustados por funcionários. “Os bancários já haviam comprometido o dinheiro que iria ser recebido, e cheques sem fundo são motivo de demissão no banco”, completa Paulo.

Sérgio Siqueira lembra ainda que a revolta dos bancários está sendo reforçada pelo fato de que os regionais, responsáveis por cobrar as metas, muitas vezes de forma agressiva, estão recebendo mais de R$ 100 mil de participação nos resultados. “Quem pressiona pelas metas recebe fortunas, mas quem está na linha de frente, vendendo os produtos e realmente garantindo o crescimento do lucro do banco em 2008, é traído pelo HSBC e fica atolado em dívidas. Acho difícil que o HSBC cumpra a meta de se tornar uma das melhores empresas indo por esse caminho.”

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