Santander abusa com desrespeito, patrocínios milionários e propaganda enganosa

Este ano você viu a marca do Santander ilustrando os carros da McLaren. No ano que vem, estará nos da Ferrari. Não é por acaso, é para lá que vai o espanhol Fernando Alonso. E também para lá vão 40 milhões de euros por ano, até 2014.

O Santander tem muito espírito esportivo. A marca destinou este ano 20 milhões de dólares à Copa Libertadores, até 2007 patrocinada pela Toyota. A associação do marketing do Santander com a principal competição de futebol da América do Sul vai até 2012. O jogador eleito o melhor da competição leva também um prêmio de 60 mil dólares.

Todo esse espírito esportivo não é praticado no Brasil, onde o banco é presidido por Fábio Barbosa, que também é presidente da federação dos bancos (Fenaban). Aqui, os funcionários que suam a camisa vivem sob estresse e pressão diária, com medo das constantes demissões. Exercendo seu direito de greve, são tratados com violência e conivência da Polícia Militar.

“Cadê o fair-play? Esse mesmo banco que no Brasil não respeita os trabalhadores nem os dirigentes sindicais, assinou um acordo na Espanha de respeito às liberdades sindicais, de garantia de emprego, de manutenção de direitos”, conta a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa.

“Estamos denunciando ao mundo todo a postura do Santander aqui, que explora e expropria dos trabalhadores direitos e participação nos lucros, sem falar no total desrespeito aos empregos e à organização do trabalho. Santander respeite o Brasil e os Brasileiros”.

No lucro

O Grupo Santander Brasil, em dezembro de 2008 contava com ativos totais de R$ 315 bilhões, R$ 204,3 bilhões de captações totais – R$ 124 bilhões em depósitos e R$ 80,4 bilhões em fundos de investimentos, mais de 8 milhões de correntistas ativos e uma rede de 3.592 pontos, entre agências e postos de atendimento.

Em 2008, teve um lucro líquido mundial da ordem de 8,876 bilhões de euros, crescimento de 9% em relação a 2007, sem incluir os ganhos extraordinários. Na América Latina, esse lucro foi de 2,945 bilhões de euros, um aumento de 10% em relação a 2007 – grande parte decorrente dos resultados no Brasil.

Desde o ano passado, quando se iniciaram os três processos de fusões no setor bancário brasileiro, o Sindicato vem cobrando transparência nos balanços e mudanças nas regras da PLR, para torná-la mais justa. A greve dos bancários tem de crescer a cada dia, para que essa situação seja mudada. Fábio Barbosa está, ou deveria estar, analisando as simulações de PLR que os sindicatos apresentaram com o objetivo de elevar um pouco mais e dividir de forma mais justa o montante a ser distribuído aos trabalhadores.

Os sindicatos têm o maior interesse em encerrar a greve, mas isso só vai acontecer quando terminar a economia que os banqueiros querem fazer com os bancários. A responsabilidade está nas mãos dos donos dos bancos. Aos bancários cabe a indignação. Quanto maior a greve, maiores serão as conquistas dos trabalhadores.

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram