Dentro de um mês, a Brigada Militar deverá começar a usar a pistola não-letal Taser no policiamento ostensivo no Rio Grande do Sul. A pistola criada há 10 anos nos Estados Unidos imobiliza o agressor, evitando que sejam utilizadas violência física e arma de fogo para contê-lo.
Cerca de 300 policiais já foram treinados para trabalhar com a Taser. Até o fim do ano, serão 1,2 mil habilitados a lidar com o novo equipamento, cerca de 5% do efetivo total.
Os treinamentos se iniciaram há 40 dias. São feitos simultaneamente, por cinco instrutores em cinco regiões diferentes do Estado. Os cursos têm duração de uma semana. Em Santo Ângelo, 20 policiais estão aptos a empregar o novo equipamento desde ontem. Porém, a utilização em operações ainda não poderá ser feita, pois depende de uma norma interna da corporação.
– Cada viatura poderá ter um policial que opere a arma. A Taser será usada em casos de agressores que portem faca, que resistam a uma abordagem – diz o major André Pithan, um dos instrutores que ensinaram policiais militares das Missões.
A BM contará com 300 armas, conforme o tenente-coronel Leandro Ribeiro Fonseca, chefe do Centro de Material Bélico da corporação. No Estado, já há 91 delas sendo empregadas pelas guardas municipais de Vacaria, Caxias do Sul e Cachoeirinha.
Com apontador a laser, a pistola dispara dois dardos presos a fios que darão um estímulo elétrico de 50 mil volts no alvo. Atingida, a pessoa perde o controle de seu corpo. No entanto, a pistola não poderá ser empregada em ocorrências em que os criminosos estejam portando arma de fogo.
– É uma ferramenta que entra na BM para salvar vidas, diminuir a força e evitar o impacto de uma arma de fogo. Mas se o criminoso estiver com uma arma de fogo, os policiais não vão usar a Taser – explica o major Erico Flores, do Centro de Material Bélico.
O policial habilitado a empregar a pistola não-letal continuará portando a arma de fogo. No treinamento, os PMs tiveram aula também de direitos humanos, legislação aplicada e pronto-socorro.